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Mas é uma sala de tortura.

Eu vejo dona Mirtiz se contorcer em cima de uma maca, vejo gritar e urrar de dor por ter sua pele furada por diversas agulhas grossas.

- O que está acontecendo ?! - eu questiono batendo no vidro.

- Indolor? Você disse que era indolor, que ela não estava sofrendo e eu não vejo isso, você está torturando, seu povo está torturando - ele diz com um misto de irritação e confusão.

- Isso não devia acontecer, nós não trabalhamos assim algo está errado. - eu tento explicar, mas ele me ignora.

Me permito olhar para os cientistas que estão trabalhando no laboratório e vejo as feições assustadas, cheias de dor e remorso. Eles estão sofrendo junto com ela, não devem estar fazendo por livre e espontânea vontade.

- Olhe os rostos deles, veja eles estão fazendo aquilo com dor, não querem continuar. - eu aponto para a califa que acaricia os cabelos de dona Mirtiz tentando acalmá- la.

Felipe ver e confirma o que eu disse, agora ele também está confuso. Aperto o botão do laboratório e entro sem pedir.

- O que estão fazendo? - eu interrogo e todos me fitam- Por que estão causando dor ?

- Estamos cumprindo ordens. - a califa que acalmava dona Mirtiz me diz em prantos - Não queremos fazer isso, não queremos estamos sofrendo muito com tudo isso, mas foi nos ordenados. Nós ficamos sem escolha.

- Quem deu essa ordem? - Felipe havia entrado na sala sem que eu percebesse.

- O Conselheiro, nós todos imploramos para que ele mudasse de opinião , mas nós não estávamos avançado no processo de forma indolor - o saudaciano também cai no choro - Então ele nos ordenou, nós não sabemos até quando vamos conseguir ver tanta dor deste ser - ele aponta para dona Mirtiz que sorrir fracamente - não queremos ferir, mas nosso povo morre. Meu povo morreu.

- Eu... eu estou aqui para isso. - a voz é de dona Mirtiz - Não se preocupe menina - ela olha para mim - Eu conheci a bondade deles nos últimos dias, eu entendo que só estão fazendo isso por necessidade.

- Vovó, não pode deixar que isso aconteça! Não pode! Eles estão machucando a senhora! - Felipe exclama.

- Você o trouxe? - ela olha para mim e vejo uma lágrima de gratidão escorrer dos olhos de dona Mirtiz, a lágrima é rapidamente enxugada pela califa - Menina, você salvou o meu netinho, você o salvou ele é muito bom.

- Eu vou ficar no lugar dela! Eu vou ficar no lugar dela, só eu ... - Felipe chora de forma violenta.

- Não, não deve não. Esse é meu lugar meu neto, eu é que devo está aqui. Você é bom, eu não...

- Não diga isso dona Mirtiz,a senhora é a pessoa mais boa que eu conheço por isso foi escolhida. Eu sinto muito. - eu digo entre as lágrimas.

- Nem sempre eu fui essa velhinha doce, nem sempre. - ela sorrir - Felipe, seu pai me odeia não porque eu pareço uma lunática, mas porque eu batia nele quando criança. - ela chora de arrependimento - Eu batia tanto no meu menininho, tanto - soluço - Meu pequeno... quando percebi o quão errado aquilo era já era muito tarde.

- Vó...

- Eu pude consertar o meu erro com meu querido, mas seu nunca me perdoou e com razão - ele o interrompe - Agora saia daqui e deixem que eles continuem o trabalho - ela diz duramente - Felipe, lhe foi dada uma segunda chance, você não irá acabar com o resto dos humanos, saiba utilizar a oportunidade de viver em um lugar tão bom e com criaturas tão bondosas. - ela diz antes que ele saia da sala.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now