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- Tomaz! - exclamo encarando o dono da voz.

- Ah não! - Tomaz diz - Esse é humano que te atacou, fique atrás de mim.

- Tomaz, ele é pacífico agora. Agradeço por ter me ajudado em situações anteriores, mas eu não preciso de sua proteção. - eu digo com sutileza.

- Sou Felipe ! - vejo o humano estender a mão para o califa que hesita, provavelmente incomodado por ser ignorado.

- Tomaz - ele responde ao gesto receoso- O que ele está fazendo Lyra? - ele pergunta olhando para mim.

- Isso não é o ponto, o ponto é que eu tenho permissão e não posso dá informações extras sobre isso - eu começo gentil - Nem mesmo para você. - concluo um pouco envergonhada.

- Compreendo. - ele responde.

- Devemos ir agora, quero que o humano veja os frutos dos oceanos de Plátia. - eu me despeço.

E sigo com o humano atrás de mim.

- Felipe! - ele exclama.

- Eu sei. - respondo.

- Então por que me chama de humano? - ele arqueia a sobrancelha.

- Força do hábito. - justifico entrando no elevador.

Quando o elevador para em um túnel semelhante aos aquários mais modernos, vejo o humano olhando em busca de novidade.

- Bem, parece um aquário como
qualquer outro, temos desses na Terra também. - ele diz orgulhoso.

- Tem mesmo? - digo fazendo minha mão atravessar o campo de força que contém a água, uma criatura marinha enorme passa no momento e consigo tocar na barriga lisa do animal. - Interessante não é? - eu o olho para ele que exibe um sorriso de um garotinho de sete anos. No final das contas ele tem uma certa pureza nas feições, mesmo com um maxilar tão quadrado e másculo.

- É incrível! - ele diz pondo a mão na superfície lisa - Vocês consumem muito peixe?

- O que? Não! Somos totalmente veganos, não consumimos nada de origem animal, temos um pacto contra isso. - eu digo nervosa com a possibilidade de me alimentar parte daquelas fantásticas criaturas.

- Ah, certo. - ele diz um pouco triste.

- O que você fazia na Terra? - pergunto curiosa e desconversando.

- Era programador, terminei a universidade a um trimestre trabalhava como estagiário e professor em daqueles curso de informática.- ele responde falando a última informação um pouco entediado - Graças a Odin eu me livrei daquelas pestes.

- Pestes?

- Aquelas crianças possuídas, que ficavam zanzando e me chamando de tio - ele reponde com uma expressão engraçada - Tio olha isso, tio tem jogo? Tio o mouse não tá pegando! - imitando uma voz infantil que me faz rir.

- Bem, você provavelmente vai gostar Gelidá, é planeta da tecnologia. - eu começo - É inacreditável o tamanho de nosso desenvolvimento , algumas de nossas produções só chegarão às mentes humanas daqui a séculos.

- Não chegarão, como você disse os humanos vão ser extintos. - o rosto dele é tristeza - Todos eles. - a voz dele é distante.

- Eu sinto muito! - eu lamento - Sei que deve ser difícil para você, mas não há nada a fazer, se eu não comandar a intervenção outro fará isso em meu lugar.

- Eu a amo. - ele diz com sorriso triste - Eu amo cada átomo de minha namorada, eu amo cada centímetro do cabelo tão bem tratado dela, cada cumprimento que ela dá aos outros - ele suspira - Eu só era um nerd, um nerd solitário até Bianca chegar em minha vida no último semestre do colegial. Ela era a garota mais popular, você deve saber o que é líder de panelinha, eu pensava coisas horríveis dela, via futilidade, mas ela me mostrou amor. - ele falava dela com ternura.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now