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Eu sei que não vou ser eliminada ou desativada, não ainda, o Conselheiro deixou clara a necessidade de minha participação na segurança dos planetas. Eu respiro fundo e tento me acalmar, não quero demonstrar fraqueza na frente deste homem, que agora posso afirmar com toda certeza nunca ter conhecido. Ele não pode ser o Conselheiro. Não aquele que me recebeu.

- Vai me isolar em alguma câmara? - pergunto tentando ser fria.

- Sim, vou fazer isso. - ele responde triunfal.

- Certo, estou a disposição para minha punição, mas quero saber o motivo pelo qual ela ocorrerá. - exigo .

- Entrar na sala do atual Conselheiro sem permissão, agir de forma rude e irritadiça. Esses são os motivos. - ele conclui.

- Então, o senhor deve ser punido também, quebrou uma lei bem maior, proporcionalmente merece uma punição mais dura. - retruco.

- Eu sou o Conselheiro. - ele diz e aperta um botão - Eu decido a quem se aplica as leis.

Dois guardas surgem segundos depois, atrás deles Tomaz me encara furioso mais nem um pouco surpreso.

- Saia de minha sala, por favor projeto Lyra. - ele fala com doçura.

Eu o obedeço e sou seguida pelos os dois guardas, sinto os olhos de Tomaz em mim, mas não me importo. Os dois califa continuam na sala, eu os vejo discutir, um eu sei que está ao meu lado e o outro eu tenho certeza que algo fora do normal lhe ocorreu, o Conselheiro não era assim, ele não deveria ser assim. Tomaz sai da sala irritado e me olha com dureza.

- Lyra, eu te avisei, eu tentei te alertar mais você foi teimosa. - ele exclama - Eu quero alguns segundos com ela, sozinho por favor. - ele pede e os dois guardas se retiram.

- Eu vou ser apenas isolada, não vejo nada de grave nisso. - respondo olhando para os meus pés.

- Lyra - ele levanta meu rosto segurando meu queixo - Pare de se meter em confusão, apenas pare.

- Confusão? - questiono irritada como ele pode acreditar que minha reivindicação atual foi fútil.

- Sim, confusão. - ele diz simplesmente.

- Eles a estavam torturando, ela estava gritando e sofrendo...

- Igual ao nosso povo, igual aos infectados pelo Mortium. - sou interrompida com doçura - Igual ao que os próprios humanos fazem no cotidiano.

- Não existe justificativa para causar sofrimento.

- Eu sei, mas infelizmente o Conselheiro não concorda com você - ele deposita um beijo em minha bochecha - Seja forte, você precisará.

- Vou ficar mais dias desacordada? - brinco, mas isso realmente é uma dúvida, nos últimos tempos tenho passado mais tempo inconsciente do que consciente.

- É provável. - ele diz me olhando bem perto.

- Por quanto tempo? Quero saber se quando acordar ainda serei a comandante, ou intervenção terá terminado.

- Você fez isso por causa dele não foi? - ele desconversa.

- Dele quem?

- Do humano - diz triste - Tudo que tem feito nos últimos tempos tem sido em favor dele, e tudo termina em confusão para você.

- Eu tirei dele tudo que ele tinha.- a culpa me consome.

- Você o salvou Lyra, mas ele só incrimina você . - ele beija levemente meus lábios.

- O tempo acabou. - um dos guardas diz sem se incomodar com o que acabou de interromper, ele não sabe o que significa.

- Seja forte. - escuto a voz do califa me pedir.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now