8

166 28 6
                                    

Eu nunca quis matar ninguém, nunca em toda minha vida seja em Saudia ou na Terra eu nunca quis tirar a vida de outra pessoa, mas o homem a minha frente tirou a minha e a vida de outras garotas. Ele cortou o cordão do futuro de inocentes e apenas por um milagre o meu foi emendado. Mas e as outras meninas, elas não tiveram uma segunda chance como eu tinha tido. Tudo acabou para elas enquanto continuou para ele, isso não era justo.

- Me mate - ele pede - Se torne a minha mais importante vítima! Sempre tive um fetiche por meninas más - ele me dá nojo, cada palavra que sai dele é podre - Você tem nojo de mim, mas eu estive dentro de você - meu dedo está no gatilho e treme - Eu estive dentro de você e deixei parte de mim.

Eu não consigo ouvir isso, não consigo reagir a toda essa crueldade.

- Você Olivia, tem parte de mim dentro de você. - ele diz sorrindo feito um vencedor- Não se faça de santa, foi você quem me provocou todos os dias pedalando esquina a cima , foi você que me tornou o que eu sou, você e todas as outras. Você é parte do que eu sou.

- Não, eu não sou. - digo abaixando a arma - Eu e as outras meninas nunca tivemos culpa do nos fez, nós nunca seremos culpadas por sermos vítimas. Você é um humano estúpido - eu digo convicta - Um machista e misógino, você não é doente ! Sabia o que estava fazendo, você e todos esses malditos estupradores que se acham no direito de fazer o que bem entende com meninas e mulheres - a verdade escorre de mim - As mulheres são livres. - eu concluo - Reduza-o e o envie à Central. Ele fará parte das experiências em busca da cura - eu ordeno ao controle.

Agora eu tinha mais um motivo para iniciar a extinção dos humanos, como alguém pode ferir uma menina e dizer que ela o provocara, isso não era novidade eu sabia os dados do Conselho , afirmavam que em alguns países uma mulher era estuprada e violada a cada onze minutos. Violadas por homens que sabem o que estão fazendo, e se acham no direito de fazer isso. As palavras dele me fizeram ultrapassar a ânsia de vômito e agora eu evacuação rapidamente o pão sintético, era muito ruim sentir o gosto ácido do meu estômago na minha boca. Quando terminei programei a limpeza do corredor.

Foi em direção a segunda câmara do hábitat, já esperando vê o falastrão.

- Quem é o cara ao lado? - o humano pergunta assim que entro .

- Não importa! Como sabe que tem um humano ao lado? - pergunto firme.

- Não importa! - ele retribui.

Percebo que os olhos dele não são totalmente castanhos como eu imaginava, mas são do tom de âmbar.

- O que foi? - ele pergunta me encarando - Tá pensando com qual molho vai me servir no natal? - ele diz ironicamente - Você tem natal?- Ele continua irônico.

- Não! - eu respondo - Os planetas do Conselho são laicos , não somos opressores com nenhuma crença e nem impomos nenhum feriado religioso.

- Nossa, parabéns! - ele bate palmas sarcástico - Natal não é só religião é família, mas você não tem uma. Você não tem nem coração - Ele diz indignado.

- E você tem? Acha que agindo desta maneira demonstrar ter sentimentos por alguém! - eu o vejo ficar vermelho.

- Não ouse falar isso! - começa a aumentar o tom de voz - Eu tenho sentimentos, eu tinha uma família e eu tinha uma namorada! Mas você me tirou tudo e me prendeu aqui! - os olhos dele estão cheios de água e percebo que são quase bonitos como os de Tomaz.

- Sinto muito, de uma maneira ou de outra isso iria acontecer. - eu tento me por no lugar dele - Eu já disse que os humanos vão ser extintos e você perderia tudo de qualquer maneira.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now