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FELIPE
* Capítulo narrado sob o ponto de vista de Felipe.

Tem uma garota sentada na cadeira ao lado da minha, tecnicamente eu não sei se ela é uma garota, afinal ela é uma alienígena. E se for um cara com um disfarce de mulher, Deus eu sou muito patético!

Estou vivendo em planeta alienígena, tendo aulas de tecnologia, dadas por um professor alienígena, em uma sala cheia de alienígena. E não, isso não é um daqueles blogs de nerds que acreditam em conspirações do governo. E eu é que sou alienígena aqui.

Me viro e dou uma olhada na garota do lado, mas apenas para verificar. Eu tomei minha decisão, chega de garotas de qualquer planeta, pois elas passam com rolos compressores e corações de caras como eu. E eu já tive minha dose disso, foi horrível e ainda estou juntando os caquinhos.

- Oi . - ela fala comigo.

- O.. Oi . - patético eu estou nervoso, como eu sempre fico com qualquer garota.

- Você é humano, não é? - a voz dela é muito bonita assim como todo o resto, mas eu quero estudar e descobrir o funcionamento do teleguiado que o professor está ensinando.

- Sou sim e você? - ela mexe nos cabelos com pontas azuis anis.

- Sou, eu fui resgatada. - ela diz e a aula termina.

- Que bom! - eu exclamo com falso entusiasmo e quase saio correndo da sala para não alongar a conversa.

Eu sou péssimo com garotas, sempre que converso com uma eu tremo, gaguejo e até já chorei na frente de uma. Exceto com Lyra, ela não me deixa nervoso , eu me sinto confiante ao lado dela, talvez seja porque eu tenha um pouco de raiva e mais ainda daquele noivo imbecil. Raiva e Inveja. Raiva por eles exterminarem meu planeta, inveja por se amarem. A verdade é que eu acho Tomaz um sugador, quanto mais presente ele se torna mais Lyra se perde.

Uma péssima pessoa para falar isso, sou eu, pois eu já passei por isso. Eu já deixei um outro alguém me cegar, feito Tomaz faz com Lyra. Ela já não é mais aquela garota centrada que me raptou, agora vive envolta de dúvidas e conflitos interiores e de alguma forma todos se relacionam ao tal Tomaz.

Eu não quero que isso aconteça comigo, não quero mais que alguém seja parasita de minha personalidade, não queria ver Lyra enfrentar uma situação como esta, mas não a há nada que eu possa fazer por ela, apenas ela mesma pode se resgatar.

- Felipia? - a voz de meu professor me chama e outra vez ele não consegue falar meu nome corretamente.

- Felipe - o corrijo com gentileza - Eu fiz alguma coisa errada? - o que eu fiz de errado, eles vão me expulsar...

- Não fez nada de errado, na verdade você tem feito as coisas de uma maneira muito inovadora chegou a pouco tempo e já tem muita desenvoltura . - escuto feliz os elogios daquela criatura de aparência incomum.

- Obrigado, eu estou dando o meu melhor. - eu sorrio.

- Você foi chamado para participar de intervenção a Terra, eu sei que pode ser difícil para você em consequência de sua estadia recente. - ele fala devagar como se tivesse medo de me magoar com as palavras.

- O que eu faria? -  não vou matar ou abrir ninguém não.

- Apenas uma supervisão de cápsula, criação de protótipos, aperfeiçoamento de instrumentos. Nada que envolva violência. - ele diz de forma reconfortante.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now