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Tomaz conduziu sua mão até minha bochecha, ele começou acariciar meu rosto com seu polegar, seus olhos eram indecifráveis para mim. Eu não conseguia desvendar o que se passava na mente dele, mas eu não sei se isso é bom ou ruim.

Eu estive errada quanto a impossibilidade de um primeiro beijo, Tomaz me proporcionou isso, ele tocou seus lábios no meu e apenas derreti nos braços dele.

Sete segundos foi esse a duração, eu não sei se foi pouco ou muito, não tenho com que comparar, mas quando terminou nós dois nós encaramos por dois segundos e apreciamos a Quebra. Uma nova geração surgiu dos lindos ovos, parecia pecado quebrar aquelas preciosidades, mas os pequenos seres que despontaram dele eram esplêndidos.

- Obrigado, por isso! - Tomaz diz depois do fim da Quebra, quando todos os filhotes rosenos já haviam sido adotados.

- An ... Sem problemas - eu digo engasgada.

- Você tem que ir para casa agora, seu humano deve está com fome ou algo do tipo. - ele diz com os mesmo olhos indecifráveis.

- Ele não é como um animal de estimação, é apenas um ser. - eu respondo.

- Hum... Ele é menos forte que você Acredito, eu . - ele sorri e seus olhos não o acompanham - Não sabia que era tão poderosa até aquela tarde.

- Eu prefiro usar meu intelecto, do que os poderes sobrenaturais que me foram dados - digo lembrando das intervenções feitas em meu corpo, cada poder adquirido que pareciam ter saídos de um filme de super heróis.

- Além de telecinese, você tem outros? - ele soa curioso.

- Tenho, mas prefiro usar a ciência e a psicologia que aprendi aqui e outros ensinos estratégicos. Não uso os sobrenaturais, apenas em emergência. - Lyka me dizia isso o tempo todo.

- Você tem o de controle de mentes, não é ? - ele insiste.

- Sim, mas por que está insistindo nisso? - agora eu estou curiosa.

- Quero apenas conhecer você... - ele gagueja - Conhecer melhor.

- Ah... - eu coro com violência. - Acho melhor eu ir. - eu digo.

- Eu te levo.

- Não, eu encontro uma cápsula disponível. - respondo apressada - Tchau!

Pego uma cápsula livre e ponho minhas coordenadas, eu não sei se essas coisas deveriam estar acontecendo. Com toda certeza nada disso estava em meus planos, Tomaz não estava em meus planos, mas ele apareceu e mexe comigo de uma forma inimaginável. Eu nunca consegui ler os olhos dele, percebo isso agora, deve ser por isso que os comparava com esmeraldas. Belos, porém frios.

Estou imersa no califa quando a cápsula para na frente de minha casa, saio dela e a progamo para voltar, é uma cápsula pública e alguém pode precisar dela. Depois de eventos tão improváveis nos últimos dias, eu deveria estar cansada, mas me sinto revigorada, afinal é isso que as sessões de reabilitação fazem. Elas revitalizam.

Subo as escadas em direção ao terceiro andar, opto por elas mais uma vez ao invés do elevador, são lances tão pequenos que o elevador é quase inútil. Chego ao terceiro andar na câmara do humano. O vejo encolhido em posição fetal, seu rosto está coberto e ele parece soluçar, o cachorro está sentado em frente à cama esperando um sinal do dono. Ele está triste, muito triste. Deve ter sido o baque ao ver a namorada com outro, ele a amava , mas não era recíproco. Na verdade, acho a história deles bem clichê e óbvia, ela se aproveitou do conhecimento dele para conseguir uma boa nota no vestibular e depois manteve o relacionamento por uma necessidade nos trabalhos do curso.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now