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- Eu sei, eu sei perfeitamente, que é o que fizemos é incorreto, mas tente entender projeto Lyra. - ele fala com cuidado.

Eu tenho que entender o fato de que agora existe alguém igual a mim, com a mesma aparência hábitos e talvez até memória. Já não bastava é descobrir que tenho uma substituta.

- Não, por favor, não pense isso - o califa diz deixando claro que leu minhas emoções - Não copiamos sua aparência física, nós copiamos apenas sua cadeia genética. Você é um espécime raro Lyra, não conseguiríamos fazer um projeto tão grandioso quanto você...

- Quando recolheram meu DNA? - perguntou afoita.

- Pedimos a sua restauradora uma amostra, e a outra parte você nos ofertou , quando embarcou ontem. - ele fala.

Eu percebo que eu desconsiderei a diferença no correr do tempo, quatro horas na Terra foram igual a vinte quatro aqui em Plátia. Isso não era importante, o fato de terem me clonado sem minha permissão. E isso era proibido no Conselho.

- Eu quero eliminar esta experiência, eu sou o projeto original e não concordo com essa clonagem sem meu consentimento. - suplico. Já não bastava eu ter substituída por minha família, agora eu havia sido copiada.

- O por favor, não faça isso! - ele olha suplicante. - Foi tão demorado e conseguimos um feito de raro. Quem sabe possamos fazer um trato.

- Um trato? Não agradeço, quero a experiência eliminada. Regras foram quebradas...

- Mas a senhorita também quebrou regras. - ele sabe que modifiquei a missão, eu é quem vou ser eliminada - E é nisso que consiste meu acordo, quero fazer uma troca. Lhe cederei dois hábitats para os humanos que você trouxe a mais, pode estudar ou fazer o que quiser com eles.

- Não vai me eliminar? - pergunto aliviada.

- Não, lhe darei um logradouro para que fique com esses humanos, vai fazer o que quiser com eles, confio em você e em sua consciência. E quando houver missões você será chamada para Central. - ele fala ainda suplicante - Em troca você permite que continuemos a experiência.

- Eu aceito. - respondo convicta - Posso ver a experiência?

- Claro, ela está aqui em Plátia. Um grupo de saudacianos e platiums estão desenvolvendo, mas o sucesso é garantido - ele responde com um sorriso feliz, provavelmente por eu demostrar interesse.

Nós caminhamos, até o elevador. Os laboratórios ficavam no subaquático da Central, em imetricamente isolados já que Plátia era o planeta oceânico, sem um único continente ou faixa de terra. Tudo era água, e as construções lembravam casas ribeirinhas futurísticas. Nos chegamos no laboratório.

A parede é toda de vidro e posso ver minha restauradora movendo um corpo humano, uma garota nua e inconsciente está imersa verticalmente no líquido em um refratário que lembra um aquário. Minha restauradora move o próprio esguio e percebe minha presença, ela se curva repetidas vezes depois de se afastar da garota, é o jeito saudaciano de mostrar felicidade.

A sala conta com mais meia dúzia de cientista, eles eram platiums ou saudaciano, afinal Plátia era além de ser o planeta onde ficava a ordem administrativa , era também onde se realizava as pesquisas médicas. E Saudia era o planeta em sua maioria do desenvolvimento científico. Desvio o olhar dos cientistas e presto atenção na experiência.

Ela realmente não se parecia comigo, seu cabelos eram de um loiro escuro e só atingiam a altura do ombro, os lábios eram um pouco mais cheios e ela devia ser um pouco mais alta que eu.

- Não queríamos criar outra alma como você. - o Conselheiro começa - ela é independente, não existe nenhuma ligação entre vocês duas, usamos seu DNA para criar um com a mesma característica, para que conseguíssemos implantar as mesmas habilidades.

EXTINÇÃO Where stories live. Discover now