Capítulo 9

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"Eu estou em constante e estrondosa ebulição, ora sou furacão, ora sou liquefação; liquidificando os meus medos; untando fartamente a minha imaginação." - Aimara Schindler


Laura

Meu corpo está envolto à sensações deliciosas. O que é isso? Estou dentro de uma bolha sendo explorada, acariciada e venerada. De repente, ela estoura, respingando em mim toda sua essência. Sinto-me extasiada. É divino. Não há sensação melhor. De repente, vejo os respingos caminhando como se fossem bactérias vivas, concentrando-se no meio de minhas pernas e formando um aglomerado, em formato de água viva. Subitamente, penetra minha vagina, acomodando-se lá dentro sem nenhum esforço ou dor. Cinco segundos se passam e meu corpo vai gradativamente se perdendo no espaço. Mas quando esforço-me a sair desse torpor, o estado líquido passa para o sólido formando um bastão duro, firme e grande. Ele entra e sai de mim, como se meu corpo fosse sua casa, a qual poderia descansar-se e acomodar-se na hora que bem entendesse. Mas agora, é surreal o despertar que meu corpo se encontra. Estou tremendo de prazer. Enquanto esse respingo de bolha que se transfigurou em água viva e posteriormente em um sólido bastão entra e sai de mim, passo a entender que ele é essencial para minha existência, pois nunca me senti mais viva.

- Oh, não pare. Faça tudo, menos retirar-se de mim. - Peço gentilmente. - Sua casa pode ser para sempre dentro de mim. Eu permito! - Grito, suplicante.

Então o bastão para repentinamente, como se me ouvisse. Acaso ele tem problemas de interpretação? Eu pedi para que não parasse e ele parou. Talvez se eu disser pare, ele continue seu ritmo estimulante.

Surpreendo-me quando o ser hiperestésico cresce rapidamente sem sair de dentro de mim, assemelhando-se ao formato muscular de um ser humano, especificamente de um homem. A estátua transparente está em cima de mim, e um pedaço dela ainda está dentro do meu corpo. Admirando esta bela obra de arte, sinto-me serena. Ignoro o prazer já perdido só para contemplar a peça linda. De tanto apreciar, acabo me apaixonando por ela. Uma lágrima escorre por meu rosto e sorrio feliz ao sentir o sabor salgado.

- Eu te amo. - Digo para a estátua, acariciando levemente para ela não quebrar.

Então, mediante ao meu toque, a estátua transforma-se em um ser humano de verdade; revelando um corpo escultural, ocultado pela transparência de seu formato original. Mordo meus lábios ansiosamente quando assimilo aqueles traços, aquele cheiro e aquele formato de boca, que foram feitos para serem beijados voluptuosamente. Seus olhos agora têm cor, e eles são aquele azul claro e intenso que eu já conheço. Arrepio-me. Sua carne é macia, porém firme e quente dentro de mim.

Abandonada de qualquer pudor, beijo-o. Como se o estalar de nossos lábios fosse uma chave para destrancar emoções, Bruno se move e sorri carinhosamente. Sinto seu membro pulsar e latejar em meu interior.

- Eu te amo mais. - Ouço sua declaração na já conhecida voz rouca, provocada pela excitação.

Assim, chego ao ápice do prazer, me desmanchando embaixo do meu amor.

Acordo assustada com o prazer arrebatador que tive. Olho ao redor, procurando por Bruno, mas estou em meu quarto, sozinha, totalmente vestida, e não nua, como outrora estivera. Em um sonho, mas estivera.

Tudo não passou de um sonho louco, mas de longe o mais erótico de toda a minha vida. Ainda posso sentir minha vagina vibrar, como se realmente tivesse sofrido uma penetração.

Levanto-me e sigo para o banheiro. Ao abaixar meu pijama inferior seguida da calcinha, percebo a grande umidade em que me encontro. Olho para a peça intima e ela está encharcada. Minha vagina está da mesma forma. Ponho um dedo entre meus lábios vaginais e surpreendo-me com a poça de lubrificação presente; como se meu dedo tivesse mergulhado em um copo d'água. Limpo-o com papel higiênico e então sento-me no vaso sanitário, esperando o xixi sair.

Orgulho e Desejo (Revisando)Where stories live. Discover now