Capítulo 10

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"O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes." - Nelson Rodrigues

Bruno

Era impossível recusar aquele pedido, principalmente quando ela pedia com tanta vontade. Encostei meus lábios nos dela e rapidamente comecei a sugar seu lábio inferior antes de penetrar minha língua e extrair sua doçura. Laura me beijava como se o mundo lá fora não importasse mais, como se o tudo estivesse dentro do carro e o "tudo" era ela.

Interrompo o beijo e olho rapidamente para seu rosto. Ela permanece com os olhos fechados e com uma serenidade na expressão que me faz contemplá-la. Acho que subestimei a minha ninfa. Achei que depois de ontem ela seria mais distante, porque nossa despedida foi meio esquisita, ela ficou muito vermelha e não conseguia me encarar devido a vergonha. No entanto, não recuou agora e não demonstrou nenhuma preocupação, como se confiasse em mim.

Lanço uma trilha de beijos pelo seu pescoço e a sinto tremer levemente. Percebo que ela está apertando uma perna contra a outra. Ela definitivamente está excitada. 

Como se fosse para testar minha teoria, levo minha mão ao seu joelho, e a infiltro por baixo do vestido, permitindo um contato entre minha mão e sua pele macia. Lentamente vou subindo e acariciando, alternadamente. Volto a beijá-la nos lábios, então ela segura meu rosto para não me afastar de sua boca. Vou acariciando sua coxa até, finalmente, chegar em sua virilha. Com a ponta do dedo médio, acaricio sua curva. Vou avançando até que o polegar toma o lugar do médio e passa não somente a acariciar a virilha, mas também a parte superior da testa de sua boceta.

Ela interrompe nosso beijo gentilmente; recuo minha mão, mas não totalmente. Descanso-a em sua coxa, permitindo-me desfrutar desse toque mais íntimo que tivemos até agora.

— Quem lhe outorgou o direito de colocar sua mão ali, Bruno? — pergunta ela, ainda com os olhos fechados, e mais vermelha que o normal.

Puta que pariu, quem utiliza termos como "outorgou" para uma simples mão boba? Tudo bem, meu pau outorgou. Penso, irônico.

Falo suavemente:

— Meu desejo. E essa ação é vulgarmente conhecida como "mão boba". Pensei que você não se importaria, porque ontem... — paro o frase no meio, porque ela parece apavorada com a simples menção do ocorrido.

— Ontem eu estava entorpecida com a Brunocaína — ela tira de letra seu constrangimento com uma brincadeira.

— Quer dizer que sou algum tipo de droga para você? — sorrio de lado.

— Quero dizer que você me faz agir de forma irracional quando estou sob seu efeito.

— Não deveria ter me dito isso... Agora serei obrigado a usar isso contra você — chego mais perto dela, cheirando seu pescoço e dando vários beijinhos na pele arrepiada.

— Quer que eu passe o batom novamente? — ameaça, bem humorada. Sutilmente avisando que se eu não me conter não haverá mais beijos. Entro na brincadeira dela.

— Onde ele está para eu jogá-lo fora e te beijar a noite toda?

— Contanto que sua mão boba não se infiltre em lugares "secretos" — continua sem tirar o sorrisinho do rosto.

— Não é mais secreto para mim... — acaricio seu rosto. — É meu lugar favorito agora — aperto sua coxa para enfatizar o poder das minhas mãos sobre ela.

Ela me encara, avaliativa.

— Que cínico! — estreita os olhos antes de prosseguir: — Nem sempre podemos estar nos nossos lugares favoritos... Mas seus lábios conseguem me levar a um lugar que estou começando a considerar meu predileto também.

Orgulho e Desejo (Revisando)Where stories live. Discover now