Capítulo 32

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"Sempre encontrei no sexo uma grande virtude consoladora, e nada adoça mais as minhas aflições vindas dos meus problemas do que sentir que uma pessoa amável se interessa por ele. " - Jean-Jacques Rousseau

Laura

Depois daquela noite, Bruno começou a agir diferente. Estava mais frio. Quase não voltava para o hotel e soube que tinha se hospedado em outro lugar. Paula foi minha companhia durante toda essa semana. Ele falava comigo todos os dias, mas dava a desculpa de que estava adiantando seu trabalho. No fundo, eu sabia o que ele estava fazendo: se preparando para terminar comigo.

Meu pai estava me colocando pressão para terminar, e mamãe me contou que ele fez a mesma coisa com Bruno. Estávamos bem, convictos de nossa decisão, mas o Bruno parece estar reconsiderando nosso término depois que precisou me acordar duas vezes em noites seguidas devido ao mesmo pesadelo que tive.

Estive a um ponto de procurá-lo, mas Paula me orientou a deixá-lo sozinho, refletindo. Tentei me aquietar, mas não consegui.

Amanhã iremos embora, e não posso sair de Alcantil sem antes afirmar nosso propósito juntos, para que meu pai não me leve embora com ele.

***

Tarde da noite, Bruno bate na porta do quarto do hotal, depois de ter ignorado todas as minhas ligações daquele dia.

Ao abrir a porta e confirmar que é ele, tento beijá-lo, mas ele se esquiva.

- Você veio terminar comigo - afirmo. -
Por quê, Bruno?

- Seu pai está certo. E mesmo sabendo disso, eu fui egoísta. Mas tá na hora de encarar a realidade. Você ficará melhor e mais segura longe daqui.

- E a promessa que fizemos um ao outro? - não consigo evitar e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

- Eu te amo pra caralho, Laura, mas não posso ser egoísta. Só o amor não é suficiente para te proteger. Conversei com meu pai esses dias e ele me contou do que Inácio é capaz de fazer e já está fazendo. Entenda que o ex prefeito de Reis é um sociopata e pode tentar qualquer coisa, mesmo que a gente tenha muitos seguranças, mesmo que façamos tudo com muita cautela, mesmo assim é perigoso. O medo que eu sinto de acontecer alguma coisa contigo novamente sobrepuja meu egoísmo de te querer ao meu lado. Você sonhou dois dias seguidos com aquele porão, com alguém te agarrando. Imagina ter que passar por isso de novo? Eu não vou suportar.

Uma dor insuportável toma conta de mim e meu corpo fica paralisado, como se eu tivesse caindo dentro de um abismo e não pudesse fazer nada para impedir a queda.

- Nada do que eu fale mudará sua opinião, já que está convencido do que é melhor para mim - limpo as lágrimas em meu rosto e continuo. - Podemos, pelo menos, nos despedir direito?

- Como assim?

Começo a levantar a blusa lentamente, respondendo sua pergunta. Bruno me encara encantado, mas ao mesmo tempo parece preocupado.

- Não tenho camisinha aqui... E já fui negligente duas vezes.

Eu sei que ele está tentando arrumar uma desculpa óbvia para não voltar atrás em sua decisão.

- É uma despedida, Bruno. Eu preciso sentir o seu corpo uma última vez antes de partir para a Irlanda, já que é o que você quer: me ver longe.

Agora tiro o sutiã, e Bruno fica vidrado em meus seios.

- Por favor, ninfa, não fale como se fosse fácil para mim tomar uma decisão dessa.

Abro o zíper da calça e vou abaixando-a lentamente.

Orgulho e Desejo (Revisando)Where stories live. Discover now