Capítulo I

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Amir na foto (Pablo Alboran)

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Ao abrir os olhos, os senti arderem muito, tudo a minha volta parecia girar e os fechei novamente. Respirei fundo tentando me concentrar, mas a dor de cabeça era um forte obstáculo para qualquer tentativa de concentração.

Abri os olhos novamente.

Escuridão.

Ouvi passos perto de mim, o barulho da grossa cortina sendo movida permitindo que a luz do sol entrasse pela janela.

— Bom dia, filha! Como você está se sentindo hoje, melhorou?

— Estou com muita dor de cabeça, mãe... Para que abrira janela? Respondi com um resmungo.

— Porque esse quarto estava muito escuro e já é hora de levantar, mocinha! Marquei uma consulta com o Doutor Rodrigues hoje.

— Ah, não, mãe!

— Não adianta reclamar! Você tem que ver o que está acontecendo contigo, não é a primeira vez que desmaia e acorda como se estivesse com a maior das ressacas.

, eu vou, faço qualquer coisa para acabar com essas dores de cabeça!

Respirei aliviada, embora ainda me sentisse zonza. Então, graças a Deus, fora tudo um sonho! Minha mãe estava ali, parada em frente à cama e preocupada comigo, com aquele olhar que só as mães têm quando um filho está doente. Aproximou-se de mim e pousou sua pequena e delicada mão em minha testa para verificar se estava com febre. Sorriu ao confirmar que minha temperatura estava normal. É incrível o dom que as mães têm de saber a temperatura usando apenas as mãos, e, mais incrível ainda, a agradável sensação de alento que sentimos quando elas fazem isso.

Entregou-me um copo com água e um analgésico que engoli fazendo uma careta.

— Argh! Que gosto horrível, esse remédio sempre se esfarela antes de engolir! Detesto remédios!

— Já está bem grandinha para fazer careta ao tomar remédio, não acha? Afinal, amanhã você completará 18 anos. Ande, desça e vá tomar seu café da manhã, marquei a consulta para as dez horas e não deve se atrasar!

Levantei, mas ainda mais preguiçosa que de costume. Lavei o rosto e me olhei no espelho. Mal me reconheci. Estava pálida e as olheiras estavam ainda mais fortes do que o normal. Apliquei um pouco de maquiagem para disfarçá-las e desci. Meu irmão já estava sentado devorando um sanduíche de queijo.

— Anne, você está com uma cara horrível, parece uma bruxa! Disse com a boca cheia.

— Obrigada, idiota! Respondi dando-lhe um tapa na nuca. E você é meu duende de estimação, nanico!

Aquela cena era apenas mais uma manhã normal em nossa família. Papai já tinha saído para trabalhar, pois saía sempre bem cedo para seu escritório no centro da cidade. Um executivo muito talentoso e importante na empresa onde trabalhava, embora eu nunca tenha entendido muito bem o que ele fazia por lá e nunca me interessei em perguntar. Mamãe era dona de casa, embora tenha herdado uma grande soma de dinheiro de vovó, que morreu antes de eu nascer.

Mamãe era uma mulher muito bonita, mas de saúde muito delicada e, por conta disso, raramente sai de casa. Meu irmão era um idiota como todos os irmãos caçulas, mas sempre o amei mesmo assim.

Fazer o que, né? Ninguém é perfeito!

Embora tenha passado a noite com febre, o vi entrando no meu quarto e me olhando enquanto eu dormia, até mesmo imitou nossa mãe pousando a mão sobre minha testa, preocupado comigo. Talvez irmãos sejam assim mesmo, a gente gosta, mas são irritantes.

Herança Sangrenta : GênesisWhere stories live. Discover now