Capítulo XXIV

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                  Na foto Lorde Barrington liderando o Conselho de Élderes.

Ezequiel estava em pé na varanda de sua suíte, em seu majestoso castelo, segurando uma taça de cristal que continha um líquido vermelho e viscoso. Ao sentir o líquido descer por sua garganta, seus olhos pareciam se tornar ainda mais negros.

Estava inquieto, sabia que a roda do destino estava a girar e podia quase sentir o cheiro de sangue no ar. Não o sangue que acabara de beber, mas o cheiro de violência, de fúria. Em seus séculos de vida, Ezequiel testemunhou muitas guerras, muitas catástrofes... Os traidores do conselho estavam fazendo suas jogadas, enquanto outros Lordes permaneciam na mais perigosa das ingenuidades. Ignorância e ingenuidade, uma mistura fatal. Mas se as velhas raposas pensavam que estavam acima de qualquer suspeita, se enganavam. Ezequiel conhecia o jogo e estava preparado.

De pensar que fez parte desse mesmo conselho, que um dia acreditou na honra dos Lordes...

Ezequiel sorriu satisfeito e na mesma taça se serviu de vinho, esvaziando a rara e custosa garrafa. Virou a bebida de um gole só e, ainda com a taça em seus lábios, olhou para o céu. Avistou a lua e sorriu. Fechou os olhos ao pensar que seu tempo se aproximava, que logo teria em seus braços seu destino, sua alma gêmea...

Anne.

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Herança Sangrenta : GênesisOnde histórias criam vida. Descubra agora