Capítulo VIII

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Quando a porta da mansão se abriu, Anne estava literalmente boquiaberta com o luxo ostentado em cada detalhe daquele imóvel.

— Bom dia, senhor Borislav! — Virando-se para Anne a cumprimentou com uma reverência. — Por gentileza, me acompanhem.

No caminho, o mordomo perguntou se eles gostariam de uma bebida, oferta esta que ambos rejeitaram. Abriu a porta dupla e os deixou entrar, fechando a porta atrás de si. Lorde Barrington estava sentado em uma cadeira de espaldar alto, mas levantou-se para cumprimentar Anne. Galantemente segurou a mão dela e encostou levemente os lábios.

— É uma honra finalmente conhecê-la, Milady.

— Eu posso me acostumar com isso. — Disse Anne olhando para Amir, usando o humor para disfarçar o nervosismo.

— Amir,— Disse Lorde Barrington com o tom e voz autoritário. — muito obrigado por trazê-la, fez um bom trabalho, agora, por favor, deixe-nos a sós.

Amir respirou fundo, testa franzida, estufando o peito como um animal desafiador. Anne o olhava, insegura, então segurou a mão dele e encarou o idoso de modos arrogantes.

— Se Amir sair, eu saio com ele!

— Muito bem... — Lorde Barrington sorriu. — Falou como uma verdadeira futura rainha. Por favor, sentem-se.

A porta dupla se abriu novamente e Jorge entrou. Como era um mordomo experiente, estava apto a não demonstrar quaisquer tipos de emoção em seu rosto, no entanto, uma gota de suor escorria pela testa, denunciando que algo o havia abalado e muito.

— Com licença, Milorde, Lorde Vladmir está lá fora e insiste em falar com o senhor.

Ezequiel entrou empurrando o mordomo para o lado.

— O que vocês velhos pensam que estão fazendo? Como se atreveram a mandar um de seus rogues para atacá-la-

Ezequiel interrompeu a fala ao se deparar ao ver Anne e Amir instintivamente a puxou para trás de si, de modo protetor e possessivo, olhando furioso para Ezequiel, que pareceu não se incomodar com a animosidade de Amir.

— Parece que cheguei na hora certa, uma bela reunião entre um cão de guarda, um velho decrépito e minha bela sobrinha...

Ezequiel pegou a mão de Anne e levou até os lábios, sem perder contato visual com ela. Ela o deixou beijar sua mão com seus olhos fixos no profundo negro dos olhos dele. Sentiu todos os pelos do seu corpo se arrepiarem com o toque gelado dos lábios de Ezequiel. O perfume que ele usava era inebriante, diferente de tudo que ela conhecia.

— Sobrinha? — Perguntou Anne, saindo do transe em que se encontrava,

Amir, irritado com o flerte de Ezequiel, soltou o ar pelo nariz, muito semelhante a um touro bravo. Passou o braço direito pelos ombros de Anne, puxando-a para junto de si. Ezequiel olhou para Amir com curiosidade, erguendo uma sobrancelha, Em seguida, seus lábios se contorceram em uma espécie de sorriso debochado e seus olhos se tornaram ainda mais negros. 

Os olhos de Amir se encontraram com os olhos de Ezequiel em uma espécie de desafio. Os dois se encaravam. A tensão entre os dois era evidente. Ezequiel se virou para o dono da casa, que estava calado todo o tempo, observando o que acontecia sob seu teto atentamente.

— Não contou a ela, velho?

— Não considerei a hipótese apropriada. Mas já que tomou a liberdade de comparecer sem ter sido convidado, por gentileza, sente-se. — Disse Lorde Barrington sorrindo ao sentar-se mais uma vez em sua cadeira.

Herança Sangrenta : GênesisOnde histórias criam vida. Descubra agora