Herança Sangrenta : Gênesis

Capítulo XXVII

*** A  foto não é minha, encontrei na internet e assim que imagino meu personagem Lorde Zaffir ( detalhe do nome rsrs)***

As pesadas cortinas fechadas, somadas a luz apagada da suíte de Anne, compunham um palco para sombras e escuridão. Apesar da quietude de seu quarto, Anne abriu os olhos assustada e sentou na cama, forçando a vista na tentativa de se concentrar e reconhecer onde estava. Sua mente estava repleta de confusão. Apenas instantes atrás ela estava na banheira na companhia misteriosa de Ezequiel semi nu... Então, ele grita para que ela acorde e, como num passe de mágica, ela se vê deitada na cama no meio da escuridão de seu quarto.

Ainda confusa e um pouco trêmula, Anne levantou e acendeu a luz. Em seguida foi até a janela e abriu as cortinas, o céu estrelado da noite a surpreendeu. Será que foi tudo um sonho, teria ela mais uma vez desmaiado? Olhou para o relógio sobre a mesinha de cabeceira e surpreendeu mais uma vez com a hora, passava de meia-noite e ela havia discutido com Amir antes do almoço...

Amir...

Anne sentiu um forte aperto no coração ao se dar conta de que ele não estava na cama e se lembrou das palavras de Ezequiel.

Será que?

Não, claro que não! Amir jamais faria isso... Mas então, por que ele não estava ao seu lado? Anne sabia que eles haviam discutido, mas casais discutem o tempo todo, não é mesmo? Ele devia ter voltado para o quarto para que conversassem com mais calma... Ela, então, pediria desculpas e eles fariam o famoso sexo das pazes...

Sexo...

"DROGA!"

Agindo impulsivamente, como era de sua natureza, Anne saiu do quarto e seguiu rapidamente na direção do quarto de Amir. Ela tinha (quase) certeza que o encontraria dormindo tranquilamente em sua cama. Ele era um Upyr orgulhoso e provavelmente estava esperando por ela a noite toda, até que caiu no sono... Claro! Exatamente isso que deve ter acontecido, não tinha motivo algum para desconfiar dele. Apenas as palavras de Ezequiel, que na verdade era apenas um sonho...

Sentiu a cabeça latejar pela variedade de situações que sua mente insegura inventava, e a cada passo sentia-se mais angustiada. Parou na frente da porta do quarto de Amir e levantou a mão com intenção de bater, mas logo em seguida abaixou o braço. E se ele estivesse dormindo? Anne temia parecer uma adolescente insegura diante de Amir e achou melhor entrar sem bater. Caso ele estivesse dormindo, o que era o mais provável, ela simplesmente deitaria ao seu lado e tudo se ajeitaria pela manhã.

Respirando fundo, a abriu a porta, e o único som que vinha de dentro da suíte de Amir era o barulho da água do chuveiro. Anne sorriu, pensou que seria uma ótima ideia simplesmente se juntar a ele... Mas logo que abriu totalmente a porta, sentiu uma forte pontada de dor no peito.

Seus olhos instantaneamente se encheram de lágrimas e Anne teve que fazer um enorme esforço para que elas não rolassem pelo rosto. Por alguns segundos esqueceu de respirar, e como as palavras de Ezequiel revelaram, deitada e nua na cama de Amir estava Bianca.

Os lençóis estavam bagunçados, um robe vermelho estava jogado no chão de maneira descuidada e ao lado dele um sutiã e uma calcinha vermelha estraçalhada. Bianca sentou na cama e se cobriu com o lençol, como se tivesse se assustado com a presença repentina de Anne, mas pôde ver que a bela ruiva se esforçava para esconder o sorriso orgulhoso.

Anne abriu a boca para falar, mas sentiu como se seu cérebro a tivesse deserdado. Nenhuma palavra ou sentença com o mínimo de sentido se formou em sua mente. Fechando a boca de forma patética, permaneceu calada. Sentindo-se traída e humilhada, Anne achou melhor sair dali e voltar para seu quarto, pois não sabia quanto tempo mais conseguiria segurar suas lágrimas. A última coisa que ela pretendia era dar a Bianca o prazer de vê-la chorar. No entanto, antes que pudesse realizar seu intento, Amir saiu do banheiro e entrou no quarto, vestindo apenas uma toalha enrolada na cintura. Ele passou a mãos pelos cabelos molhados de maneira distraída e parou de frente para a cama, olhando para o robe vermelho que estava jogado.