O quarto de hospital

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Olá querid

segue mais um capítulo.

Espero que gostem.

Desculpe-me por quaisquer erros.

Abraços,

Jéssica Miranda.

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Arthur

Estava trabalhando nessa tarde de sábado, pode parecer inacreditável, mas estava na casa da Helena, trabalhando para ferrar aquele miserável, quando o meu celular tocou. Do outro lado da linha, estava a Dona Cassandra muito emocionada:

- Arthur, meu filho, ela acordou.

- Estou indo para lá, agora. Eu disse com alegria e ansiedade.

- Nós também estamos indo. Ela disse animada.

- Nos encontramos lá. Eu disse a fim de encerrar a ligação. Mas, a ela me chamou:

- Arthur? Cassandra fez uma pequena pausa e continuou: - Ela acordou chamado pelo marido.

- Como? Me assusto com a informação, contudo, ela se explica melhor diante da alteração na minha voz.

- Ela acordou chamando por você, querido. O marido que havia sido baleado. Respirar aliviado foi pouco, eu senti o meu peito inchar, meu coração descompassar. Naquele momento, eu estava de volta ao jogo e, dessa vez, iria apostar todas as minhas fichas. É oficial, estou partindo para o tudo ou nada. De volta a realidade, agradeço a ela:

- Obrigada por me contar isso, Cassandra. Obrigada mesmo.

- Por nada. Agora, corre para ela.

- Pode deixar, minha sogra. Ela sorriu do outro lado da linha. Se despediu e desligou. Enquanto eu ouviu no fundo o João dizendo que ela era muito puxa saco.

Assim, que encerramos a ligação a Helena já me olhava com olhos atentos, e foi logo perguntando:

- O que aconteceu com a minha menina?

- Ela acordou, Helena. Ela acordou.

- Aí meu Deus. Que maravilha! Ela vez que ia me abraçar, mas mudou de ideia e disse: - Vamos para lá agora.

- Vamos. Eu disse ainda meio anestesiado, e meu sem graça pela situação constrangedora.

A coragem de segundos atrás foi desaparecendo, senti que estava murchando, me senti pequeno. As dúvidas tomaram a minha cabeça. Vendo que eu estava muito aéreo, a Helena ofereceu carona e eu aceitei. Afinal, esperar um táxi não fazia sentido, já que estávamos indo para o mesmo lugar. Devido a perna baleada, eu não estava dirigindo. Durante o trajeto, ficamos em silêncio. Eu nada falei, mas pensei; e, muito.

Será que a Valentina ainda ia me querer por perto? Perguntei a mim mesmo. Afinal, ela sofreu o que sofreu por minha causa. Eu sou o culpado por tudo que ela passou, seja direto ou indiretamente. Por que ela ia querer ficar com alguém como eu? Eu sou mentiroso, grosso, controlador. Eu só me envolvo em merda. Sou um fodido. Sei que não a mereço, mas sou tão egoísta que não posso abrir dela. Eu não posso dizer que acabou e, para mim não acabou. Eu ainda a amo, como sempre amei. Eu ainda a quero, como sempre quis. A questão é: ela sente o mesmo por mim? E se sente, ela ainda me quer?

Os questionamentos aumentam ainda mais a minha insegurança. Se eu tivesse no lugar dela, provavelmente, não iria querer ficar comigo. Pois é perigoso demais, arriscado demais, intenso demais.

Ironias do Destino - CompletoWhere stories live. Discover now