O quarto de hospital - parte 2

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Olá querid@s,
Segue mais um capítulo.
Espero que gostem.
Desculpe-me por quaisquer erros.
Abraços,
Jéssica Miranda.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥

Valentina

Minutos depois o João entra no quarto fazendo mais barulho do que deveria, não demora e um enfermeiro aparece pedindo silêncio. Ele me abraça, e confessa o quanto ficou preocupado, posso notar que ele está tão abatido quanto a mamãe, que seus olhos estão fundos e que ele perdeu peso. Durante a nossa conversa, ele tenta me animar, mas depois que eu soube quem está a minha espera não consigo disfarçar a tensão. Vendo que eu estava bem fisicamente, mas mal emocionalmente, ele não demora muito em sua visita. Em sua despedida, promete voltar no dia seguinte.

Depois dele recebi a visita da minha tia Helena. Ela foi um doce, como sempre, conversou um pouco, perguntou como eu estava me sentido e me contou que estava trabalhando com Arthur. Eu não pude negar a minha surpresa. Ela me explicou que não gostou muito da ideia, e que o pedido veio dele. Para mais, minha tia me contou o que ele havia dito a ela a pouco, e por fim confessou que não o odeia mais, que ele pode ser um bom homem. É claro que ela fez questão de deixar tudo na possibilidade.

Em meio a essas conversas eu brincava e fazia carinho no meu filho, que quase arrancou o meu medicamento e soro algumas vezes, estava explicando a ele que não podia fazer isso, que a mamãe estava doente, que era por ali que eu recebia o remédio que ia me deixar boa, quando a Mel chegou, chegando, no quarto.

- Amigaaa, sua vaca. Você quase me matou do coração. Não faz isso nunca mais. Eu descobri que preciso ser a primeira de nós a morrer, eu não consigo lidar com essa situação. Eu não durmo, não como. Estou como um zumbi, e para completar a minha vida, tem o mala do seu irmão que não larga do meu pé. Eu acho que ele sabe a verdade, Tina. Eu não devia ter ficado na casa da sua mãe, mas eu estava me sentindo tão sozinha.

- Oi Mel, sim, eu estou bem. Estou com um pouco de dor no peito e com a alma atormentada. Mas, vou ficar bem, se o seu irmão não pular no meu pescoço quando entrar por aquela porta.

- Essa doeu. Já percebi o meu egoísmo, mas a culpa é sua que entrou em coma. Assim, eu não tenho ninguém para conversar. Mas, eu te amo, amiga. E chorei horrores quando tudo aconteceu e quando você acordou. É claro que primeiro eu chorei de tristeza e hoje eu chorei de felicidade.

Nós engatamos numa conversa, ela me contou como o Hugo estava estranho, e me contou das brigas dele com o Arthur, me contou que eles foram expulsos do hospital por brigar e que depois disso ele sumiu. Enfim, cada coisa que ela me contava sobre ele me deixava com a consciência mais pesada.

Quando chegou a hora da despedida, chorei quando o meu bebê foi embora, convencido de que só iria tomar um sorvete e voltar. Isso mesmo, fui trocada por açúcar cremoso congelado. Não tive tempo o suficiente para pensar no que dizer para a minha próxima visita, pois assim que caí na real que meu bebê havia ido embora, o Hugo entrou no quarto com uma cara péssima. Ele me olhou, mas nada disse. Então, eu tomei a frente, e puxei conversa:

- Oi, Hu.

- Oi. Ele respondeu e se aproximou de mim. - Como você está?

- Estou bem. Com um pouco de dor e um pouco de sono. Mas, bem e viva.

- Eu fico feliz por isso. Ele diz sério.

- Você não parece feliz.

- E não estou. Você quase morreu. Se lembra disso? Ele diz alterando a voz.

Ironias do Destino - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora