Suzana Foster 5.1

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Antes ela considerava ser uma leiga nesses assuntos, via como sendo normal a notícia de desaparecimento de uma ou mais pessoas.

Mas depois de estar por dentro viu o quão é absurdo o número de pessoas que desaparecem no mundo, só nos Estados Unidos a cada 50 segundos desaparecem mais de 2.000 crianças, esses são apenas casos relatados à polícia.

Agora imagina aqueles casos que a polícia não teve conhecimento, não há um único motivo para justificar o porquê do desaparecimento de pessoas, muitos criam teorias utópicas.

_ Exemplo achar que as pessoas estão a ser abduzidas? Pois não faz o menor sentido, temos é que trabalhar com a cabeça na terra, esse mundo está cheio de loucos, cada um com sua necessidade e prazer.

_ Eu digo e sustento que o trabalho forçado, exploração sexual, tráfico de órgãos estão mais relacionadas a esses casos do que outra coisa, e cá para mim ainda podem existir outras formas de exploração humana não identificada pela polícia.

_ Suzana, eu sei que tu estás envolvida demais nessas histórias. É normal teres ficado emocionada ao falar com os parentes dos desaparecidos, mas cuidado para não ficares a imaginar coisas.

_ Sabes eu fiquei com o caso dos dois irmãos que desapareçam num acidente de carro com os pais, e não consegui nada, nenhuma pista achas isso maluquice da minha cabeça? _ Os pais deles até hoje não se conformam, a mãe já tentou se matar várias vezes, e o pai se culpa pelo desaparecimento dos filhos.

_ Eu descobri que o pai das crianças esteve envolvido com tráfico de drogas, acho que foi um acerto de contas.

_ Mesmo que seja, nada justifica usar crianças como forma de vingança.

_Eu acho que esse pai sabe muito bem com quem se meteu, ele é do tipo de pessoas que querem enriquecer a todo o custo e se esquecem que têm famílias.

_ Não fala assim Su.

_Que tal me ajudar no meu caso que te ajudo no teu?

-Não sei se irei pensar.

_ Okay, então pensa direito, muito estranho esta história.

_Assim como as outras.

-Pois.

_Mas olha, eu tenho muitas coisas para estudar ainda, então nos vemos amanhã.

Já eram 18 horas da tarde, quando Suzana atravessou a rua para voltar para casa, em mas algo estranho chamou sua atenção.

Um homem alto de corpo musculoso com várias tatuagens conversava com uma miúda, os dois riam, e ela estava sentada no colo dele.

A passos lentos ela observava-os, queria ir lá e perguntar o que estaria a acontecer, o que ele era da menina mas desistiu quando ouviu ela chamando-o de pai.

Naquele momento lembrou do que o Flávio tinha-lhe dito, estou a me apegar demais a este fato, preciso relaxar, pensou seu inconsciente.


Prisioneiros do tráficoWhere stories live. Discover now