Perto da verdade 18

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Eram onze horas da noite quando uma mensagem entrou no telemóvel de Flávio.

Sr. Flávio, eu perdi meu filho há dois anos, num acampamento, eu sei que meu filho está vivo, eles levaram ele de mim. Tenho muitas coisas que te irão ajudar a saber o que aconteceu com a dona Suzana.

Flávio que já estava preparado para dormir, voltou a entrar no banheiro, abriu o chuveiro deixando a água escorrer pelo seu corpo, sua mente pensativo e indeciso, ele não sabia ao certo o que devia fazer, chamar pelo número ou ignorar a mensagem.

Poderia ser uma armadilha mas também talvez seja uma pai ou uma mãe desesperado a procura de ajuda, mas do que adiantava ficar parado tentando desvendar o futuro, por isso ele resolveu chamar seu amigo da polícia federal.

_ Peter meu amigo como vai?

_ Bem e tu, Flávio como vão as coisas, quanto tempo.

_ Pois, estive um tempo ocupado, estou a precisar muito da tua ajuda agora cara.

_ Depende se não tiver seu pai no meio.

_ Não, é coisa minha, posso passar aí então?

_Claro.

No caminho para o departamento do FBI Flávio resolveu ligar para o número, se fosse um bandido provavelmente não atenderia, mas a pessoa do outro lado atendeu.

Ele conversava com a suposta testemunha pelo telefone tirando a conclusão que talvez aquela pessoa possa estar a falar verdade, uma senhora que por sinal estava muito nervosa, a sua voz transmitia de medo, desespero e dor.

_ Procurei-o por todo o lado, ninguém viu o meu menino, eu sei, eles o levaram.

_ Como era seu filho minha senhora.

_ Ele tinha 10 anos, era um bom menino, sempre me ajudava nas tarefas de casa.

_ Entendo, como a senhora pode ter as certezas que o levaram?

_ Uma pessoa viu quando o levaram, mas depois essa mesma pessoa desapareceu dias antes de irmos na polícia. Olha eu conheci muitos locais mal frequentadas, passei em todas elas e tenho muitas informações que consegui com prostitutas e alguns drogados.

_ E, a senhora pretende me dar essas informações?

_ Sim, claro, eu quero encontrar meu menino.

_ Está bem, então encontra-me no que enviarei na mensagem

_Sim.

_ Cuidado para não seres seguida, disse Flávio interrompendo-a.

O plano antes era encontrar com o Peter era descobrir a identidade do proprietário do número antes de entrarem em contato, mas a ansiedade e o seu instinto falou mais alto, saiu de para se encontrar com Peter em Los Angeles e ficaria uns dias por lá..

Distraído a fazer seus cálculos, Flávio não percebeu que estava a ser seguido, por um automóvel Renault.

Nesse instante ele acelerou, mas mesmo assim não conseguiu se ver livre deles. Ele gritou como uma criatura fictícia enquanto acelerava cada vez mais, quando viu uma AK-47 apontada na sua direção, com uma guinada violenta ao volante Flávio, em alta velocidade ele tentava desesperadamente escapar dos perseguidores.

_ Droga não tenho para onde ir.

A Renault seguia o carro do Flávio enquanto ele corria para avenida N-8-W tentando se camuflar nos meios das centenas de carros.

Com um suspiro de alívio, Flávio passou mão na sua testa suada, sacudiu o peito da sua camisa tentando aliviar-se um pouco da tensão anteriormente vivida.

Se atrasou cerca de meia hora atrasado do encontro, Peter preocupado resolveu ligar para o amigo, mas finalmente ele estava bem perto da delegacia quando avistou uma pessoa agitada, atrapalhada, andando em volta como se estivesse fugindo de alguma coisa.


Prisioneiros do tráficoWhere stories live. Discover now