Capítulo VIII

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Richard se senta na cadeira à cabeceira da mesa e nos convida a sentar.

— É... Boa noite — digo, sentando-me do seu lado direito, com a Rebecca ao meu lado. — Com licença.

— Toda — ele diz, dando um pequeno sorriso. — Sintam-se à vontade e espero que gostem do jantar que mandei preparar.

— Obrigada.

— E, daqui por diante, o que as senhoritas quiserem comer, podem pedir às empregadas que elas terão prazer em preparar.

— Obrigada. A propósito, pode nos chamar de "você" — faço sinal de aspas com as mãos. — Não tem que nos chamar de senhoritas.

— Como preferir. — Ele dá de ombros e se vira para uma empregada que espera ao fundo. — Pode trazer o jantar.

— Sim, senhor. Com licença — ela diz e se retira.

— Gostaram dos quartos? — ele pergunta para nós, mas olhando diretamente para mim.

— Sim. — Enrubesço um pouco. — São lindos, obrigada. Mas não precisávamos disso tudo.

— Não fiz nada demais. — Ele se vira para a Rebecca. — E você, gostou do quarto?

— É igual a um quarto de princesa — ela comenta, sorrindo e com os olhinhos brilhando.

— Você gosta muito de princesas, não é? — Ele dá um sorriso fraco.

— Sim, elas são lindas. — Minha irmã sorri sonhadora.

— Com licença — diz a empregada, retornando com mais dois outros empregados, cada um carregando uma bandeja de prata com recipientes de vidro em cima.

Eles depositam os recipientes no centro da mesa e começam a nos servir. Após, retiram-se, restando somente a empregada inicial.

— Eu gostaria de saber o que o senhor e as senhoritas gostariam de beber.

— O mesmo de sempre para mim — responde o Richard. — E as... Vocês, o que vão querer?

— Tem suco de laranja? — a Rebecca pergunta.

— Tem sim. — A empregada dá um pequeno sorriso para ela.

— Eba! — Bec sorri de volta.

— Vou querer o suco também — respondo.

— Com licença. — Ela se retira.

Então Richard começa a comer. Olho para meu prato e observo o cardápio: fricassé de frango. Minha comida preferida. Como ele sabia? Percebo Richard disfarçando um pequeno sorriso quando nota minha expressão confusa. Como ele sabe tanto da minha vida assim?

Após alguns segundos, dou de ombros e começo a comer. A comida está deliciosa. A empregada chega com nossas bebidas e se retira.

Depois que terminamos, Richard aperta um pequeno botãozinho no canto da mesa e os empregados reaparecem para recolherem nossos pratos.

— Posso trazer a sobremesa? — pergunta a mesma empregada de antes.

— Pode sim, Renata.

Dito isso, ela se retira e volta com um pavê de chocolate com pedaços de nozes. Minha sobremesa favorita. Ok, isso está ficando estranho. A primeira vez pode até ter sido coincidência, mas a segunda? Desta vez o olho com curiosidade, mas ele apenas retribui o olhar e volta sua atenção para a sobremesa que está sendo depositada em uma taça à sua frente. Quando acabamos de comer o pavê e a empregada retira tudo, vejo que Richard está me olhando.

A Primeira PétalaWhere stories live. Discover now