Epílogo

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Tento abrir meus olhos, mas isso parece impossível no momento.

Procuro ouvir alguma voz ou sentir algum cheiro.

Nada. É como se meus sentidos estivessem bloqueados.

Busco me lembrar do que aconteceu e de repente tudo vem à minha mente em um baque.

Gritos. Choro. Dor. Tristeza. Decepção. Desespero.

Minha mãe.

Dor novamente.

Richard.

— Ela está acordando. — Ouço alguém dizer enquanto forço meus olhos a se abrirem e minha mente a se situar.

Assim que abro os olhos, noto Luan sentado em uma cadeira no canto de uma sala. Olho ao redor e percebo que estou deitada em uma cama de hospital.

— Você demorou a acordar, mocinha — comenta uma voz. Viro-me e vejo um médico em pé ao lado da cama. — Mas é normal no seu estado.

— No meu estado? — digo, mas acho que ele não me escuta.

— Mas está tudo bem com vocês — o médico diz.

— Conosco? Comigo e com o Luan? — falo um pouco mais alto para ver se ele escuta desta vez. — Sofremos um acidente? — me desespero.

— Não, relaxe. — O médico ri de leve. — Nada aconteceu com seu namorado.

— Hã... Nós não somos namorados — digo rapidamente.

— Somos apenas amigos — Luan acrescenta.

— Ah sim, me desculpem. Então você não sabe, pelo visto.

— Não sei o quê? Doutor, do que você está falando?

— Você está grávida — ele diz.

Enquanto o encaro surpresa, sem saber o que fazer, sinto meu mundo desabando de vez.

A Primeira PétalaWhere stories live. Discover now