Capítulo XIV

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Brasil – Dias atuais

ISABELLE

Olho assustada para o Richard.

— Quem mandou esse áudio?

— Não tenho a menor ideia — ele diz, em estado de alerta. — Não reconheço o número.

— Será que é... — começo a falar, mas sou interrompida pelo celular dele, que começa a tocar.

— É o número do áudio — ele comenta, olhando-me como se pedisse minha opinião sobre atender ou não a ligação.

— Atende, é melhor ver quem é.

— Tudo bem. — Ele atende e coloca no viva voz. — Quem é?

Hello! — diz uma voz de mulher do outro lado da linha e vejo Richard relaxar um pouco.

— Você é doente, Katharine? Qual é o seu problema? — diz ele, irritado.

— Ai, calma. Eu só estava brincando com meu irmãozinho. — A mulher dá uma risada.

— Quem era na gravação?

— Um amigo meu. Pedi para ele mandar a mensagem. Esse aqui é meu outro número. Sabia que com esse áudio você talvez me desse atenção.

— Você sabe que as coisas andam perigosas e ainda fica brincando? Você é doente! — ele se exalta.

Coloco a mão na perna de Richard na intenção de acalmá-lo, mas faço isso tão sem pensar que assim que noto seu olhar em minha mão, retiro na hora.

— Calma, você se assusta muito fácil! Está tudo bem. — Ela dá uma risadinha. — Como você está? I miss you.

— Levando a vida — ele diz. — E você?

— Estou ótima! Não sinto falta nem um pouquinho do Brasil. Talvez só das praias, mas amo essa minha dupla nacionalidade. — Katharine ri. — Ainda bem que nosso daddy é americano.

— O que você quer comigo?

— Nada, saber de você. Você nunca mais entrou em contato nem deu sinal de vida. Depois que decidiu virar o príncipe de A Bela e a Fera e se isolar no seu castelo porque não é mais o príncipe perfeitinho, eu nunca mais soube de nada a seu respeito. — Richard revira os olhos, mas não diz nada. — Estou pensando em fazer uma visita — ela acrescenta.

— É o quê? — ele diz, levantando uma sobrancelha. — Você não vai vir aqui só pra me ver. Quais são suas intenções?

— Estou precisando de um verão de verdade, estou cansada de ficar aqui. Vou levar meu boyfriend para conhecer o Brasil.

— E desde quando você namora?

— Faz uns oito meses, eu acho. O conheci no Havaí. Ele é surfista, sabia?

— Só você mesmo para arranjar homem assim. — Richard revira os olhos mais uma vez. — Isso é bem a sua cara.

I know, I know. — Ela dá uma risadinha.

— E quando você pretende vir?

— Não sei. Estamos em setembro, não é? — Katharine faz uma pausa. — Talvez em outubro ou novembro... Eu entro em contato para informar.

— Ok.

— Ah, vem cá. Você ainda ajuda aquela família?

— Sim. — Ele me olha com certo afeto no olhar. — A mãe delas sofreu um acidente e está no hospital, então as meninas estão morando aqui comigo agora.

A Primeira PétalaWhere stories live. Discover now