Capítulo X

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Decido visitar minha mãe antes que a Rebecca chegue do colégio, para poupá-la de mais preocupação. Minha irmã nem ao menos entende direito o que está acontecendo e tentar fazer com que entenda... Não é uma boa opção, pelo menos não no momento.

Apesar de já ser meio-dia, decido por não almoçar. Não consigo ter cabeça e nem estômago para isso nesse momento. Aviso às empregadas que estou de saída para visitar minha mãe caso Richard pergunte por mim e peço também para que ninguém comente nada com minha irmã. Após, solicito ao motorista para que me leve até o hospital, aproveitando que o mesmo fica no caminho para a escola da minha irmã.

— Por favor, antes que eu me esqueça, não conte para minha irmã onde estou. Se ela perguntar, diga que não sabe.

— Tudo bem, senhorita. Não vou contar nada para ela.

— Obrigada — digo, enquanto encosto minha cabeça no vidro do carro.

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— Alô? — atendo o telefone enquanto vou andando em direção ao hospital.

— Isabelle, por que você saiu sem almoçar? — diz a pessoa do outro lado da linha.

— Ah... Oi, Richard — respondo, com certo espanto.

— Você poderia ter ao menos passado no meu escritório para avisar que estava saindo.

— Eu queria aproveitar a carona, então tive que me apressar.

— E por que não almoçou?

— Sinceramente? Não estou com fome. Não tenho estômago para toda essa situação não, Richard. À noite eu janto.

— Tem certeza? Não vai comer nada até a noite mesmo?

— Estou com dinheiro aqui. Se eu sentir fome, como algo na cantina do hospital. Não vou voltar tarde, tenho aula hoje ainda.

— Tudo bem. Mando o motorista te buscar que horas?

— Pode ser por volta das três e meia?

— Ok! Três e meia ele estará aí.

— Combinado.

— Cuidado na rua, Isabelle. Já te falei que pode ter alguém te observando.

— Tudo bem, Richard, vou ficar dentro do hospital. Não se preocupe.

— Ok, até mais tarde.

— Até — digo.

Ele finaliza a ligação e sigo em direção ao balcão.

— Boa tarde, em que posso ajudá-la? — diz uma recepcionista que eu ainda não havia visto.

— Boa tarde, vim visitar minha mãe. Ela está internada aqui.

— Ah, sim. Qual é o nome da paciente?

— Maria Isabel Albuquerque.

— Ok, só um instante — diz ela, virando-se para o computador e digitando. — E a senhorita é?

— Isabelle Albuquerque. — Entrego minha identidade.

— Ah sim — ela fala enquanto imprime o papel de visitante e o entrega a mim. — Coloque isso em sua blusa, por favor. Quarto 107.

— Ok — digo, colando o papel em minha blusa. — Obrigada.

— Não há de quê. — Ela sorri. — Espero que sua mãe melhore rápido.

Sorrio fracamente e saio andando enquanto apenas um pensamento passa pela minha cabeça: "eu também". Depois de alguns minutos, chego ao quarto de minha mãe. Bato na porta para ver se há alguma enfermeira lá dentro ou algo do tipo e ouço uma voz:

A Primeira PétalaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora