Decido visitar minha mãe antes que a Rebecca chegue do colégio, para poupá-la de mais preocupação. Minha irmã nem ao menos entende direito o que está acontecendo e tentar fazer com que entenda... Não é uma boa opção, pelo menos não no momento.
Apesar de já ser meio-dia, decido por não almoçar. Não consigo ter cabeça e nem estômago para isso nesse momento. Aviso às empregadas que estou de saída para visitar minha mãe caso Richard pergunte por mim e peço também para que ninguém comente nada com minha irmã. Após, solicito ao motorista para que me leve até o hospital, aproveitando que o mesmo fica no caminho para a escola da minha irmã.
— Por favor, antes que eu me esqueça, não conte para minha irmã onde estou. Se ela perguntar, diga que não sabe.
— Tudo bem, senhorita. Não vou contar nada para ela.
— Obrigada — digo, enquanto encosto minha cabeça no vidro do carro.
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— Alô? — atendo o telefone enquanto vou andando em direção ao hospital.
— Isabelle, por que você saiu sem almoçar? — diz a pessoa do outro lado da linha.
— Ah... Oi, Richard — respondo, com certo espanto.
— Você poderia ter ao menos passado no meu escritório para avisar que estava saindo.
— Eu queria aproveitar a carona, então tive que me apressar.
— E por que não almoçou?
— Sinceramente? Não estou com fome. Não tenho estômago para toda essa situação não, Richard. À noite eu janto.
— Tem certeza? Não vai comer nada até a noite mesmo?
— Estou com dinheiro aqui. Se eu sentir fome, como algo na cantina do hospital. Não vou voltar tarde, tenho aula hoje ainda.
— Tudo bem. Mando o motorista te buscar que horas?
— Pode ser por volta das três e meia?
— Ok! Três e meia ele estará aí.
— Combinado.
— Cuidado na rua, Isabelle. Já te falei que pode ter alguém te observando.
— Tudo bem, Richard, vou ficar dentro do hospital. Não se preocupe.
— Ok, até mais tarde.
— Até — digo.
Ele finaliza a ligação e sigo em direção ao balcão.
— Boa tarde, em que posso ajudá-la? — diz uma recepcionista que eu ainda não havia visto.
— Boa tarde, vim visitar minha mãe. Ela está internada aqui.
— Ah, sim. Qual é o nome da paciente?
— Maria Isabel Albuquerque.
— Ok, só um instante — diz ela, virando-se para o computador e digitando. — E a senhorita é?
— Isabelle Albuquerque. — Entrego minha identidade.
— Ah sim — ela fala enquanto imprime o papel de visitante e o entrega a mim. — Coloque isso em sua blusa, por favor. Quarto 107.
— Ok — digo, colando o papel em minha blusa. — Obrigada.
— Não há de quê. — Ela sorri. — Espero que sua mãe melhore rápido.
Sorrio fracamente e saio andando enquanto apenas um pensamento passa pela minha cabeça: "eu também". Depois de alguns minutos, chego ao quarto de minha mãe. Bato na porta para ver se há alguma enfermeira lá dentro ou algo do tipo e ouço uma voz:
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A Primeira Pétala
RomanceRichard era o típico homem rico, bonito e simpático que atraía a atenção de todas as mulheres à sua volta. Até que uma tragédia acontece e muda completamente a sua vida. Isabelle ainda era uma menina quando perdeu seu pai. E após um acidente, se vê...