Brasil — Três anos antes
RICHARD
— Richard! — Ouço alguém gritando com um tom de surpresa na voz e me viro para ver.
— Amanda?
— Não acredito que te encontrei aqui! — Ela sorri e me abraça.
— Já faz algum tempo... — Dou de ombros.
— Sim, muito tempo. — Ela suspira.
— E o seu marido?
— Que marido? — Amanda arqueia uma sobrancelha.
— Você não estava junto com aquele sargento? Como é mesmo o nome dele?
— O Mathias?
— Isso.
— Não deu certo, meu casamento não durou nem um ano. Ele era um monstro e eu não gostava verdadeiramente dele. Por incrível que pareça, eu ainda gosto de você, Richard.
— Até parece, Amanda. — Reviro os olhos.
— É verdade. — Ela chega mais perto e cola seu corpo ao meu.
— Amanda... — tento repreendê-la.
Contudo, ela me ignora. Amanda se aproxima e me beija. Eu pouco me importo com sua atitude e a beijo de volta. Se ela acha que vou cair na dela, impossível, mas se quer brincar, vamos brincar.
Depois de alguns instantes nos beijando no shopping, levo-a para um apartamento em que estou hospedado enquanto as obras em minha casa terminam.
Amanda continua falando ao longo de todo o caminho o quanto está interessada em mim e o quanto sentiu minha falta durante todos esses anos. Chegou a ousar dizer até mesmo que me ama.
Como se eu fosse acreditar nela.
Deixo-a falando e nem presto muita atenção. Se ela tem coragem de ir para a cama com alguém como eu, problema dela e vantagem para mim.
Quando chegamos ao quarto do apartamento, tiro a roupa de Amanda e a jogo na parede sobre protestos de "você já foi mais carinhoso" e "vamos conversar sobre nosso sentimento". Após tirar sua roupa e continuar a beijando, ela entra no clima e também tira a minha. Arrasto-a para a cama ouvindo seus gemidos.
— Richard...
— O que é? — digo e quase reviro os olhos em sua frente.
— Eu te amo, eu quero você.
Dou de ombros e não respondo nada. Eu queria há muito tempo ter uma boa transa com alguém e sei que Amanda será esse alguém.
XXXX
Algumas horas depois e estamos cansados. Amanda alcançou o ápice há alguns minutos e fui junto.
— Richard, eu estava com saudades... — ela começa, enquanto acaricia meu abdome. Apenas a ignoro.
Continuo olhando para o teto e sinto sua mão em meu rosto. Porém, antes que eu consiga ter qualquer reação, Amanda puxa a máscara.
— O que você está fazendo? — grito com ela enquanto tampo meu rosto com as mãos.
— O que... — Ela me olha horrorizada. — O que aconteceu com o seu rosto?
— Me devolve a máscara agora — digo.
Ela joga a máscara de volta para mim.
— Richard, você está...
— Horrível — corto-a. — Eu sei disso. E não foi uma escolha minha, e sim daquela bendita granada.
— Eu... Eu... — Ela começa a catar suas roupas do chão.
— E você ainda teve coragem de dizer que me amava? Sério mesmo?
— Eu não sabia que você estava assim...
— Quem ama não liga para aparência. Ou você achou que eu não sabia que todo esse seu interesse era pela minha carteira e não por mim?
— Tá. — Ela dá de ombros e se veste.
— Tá o quê?
Ela suspira.
— Você já valeu a pena algum dia, mas infelizmente não é o mesmo que antes.
— Já você não mudou nada. — Dou uma risada cínica. — E continua a mesma vadia interesseira de sempre.
— Como você ousa? — Ela se aproxima e me dá um tapa.
Nem me importo de passar a mão pelo local onde ela atingiu.
— Sai da minha casa agora — apenas digo.
Amanda se vira sem dizer nada, indo em direção à porta e a abrindo.
Acompanho-a até a sala apenas para ver se não fará nenhuma besteira e a vejo indo embora.
— Tchau — ela diz.
— Tchau — respondo, virando-me em direção à cozinha. — Feche a porta ao sair.
— Pode deixar. E saiba que ninguém nunca vai te querer de verdade. Você é ridículo e o que tinha de bom, que era sua aparência, você perdeu. Sinto muito. — Ela ri. — Na verdade, não sinto.
E assim mais uma se vai.
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A Primeira Pétala
RomanceRichard era o típico homem rico, bonito e simpático que atraía a atenção de todas as mulheres à sua volta. Até que uma tragédia acontece e muda completamente a sua vida. Isabelle ainda era uma menina quando perdeu seu pai. E após um acidente, se vê...