— Como é que é? Do que você sabe? — Encaro Richard assustada, já com a mão na maçaneta.
— Sente na cadeira, por favor — ele diz, respirando fundo. Dou meia-volta e sento.
— Agora fala.
— Isabelle, o caso da sua mãe é grave. Os médicos estão fazendo o que podem. — Ele suspira. — E eu também — acrescenta. — Mas não sabemos se ela vai se recuperar.
— Ai, meu Deus — digo enquanto lágrimas escorrem por meu rosto. — Ela tem chance de ficar boa?
— Sim, mas as chances são de 50% — responde, cruzando as mãos em cima da mesa.
— É verdade o que você está dizendo? — Olho em seus olhos. — Não pode ser.
— É sim, eu... — Ele faz uma pausa. — Eu sinto muito.
— Ok. — Enxugo as lágrimas. — Quer dizer mais alguma coisa?
— Acho que não. — Ele suspira. — Espero que não vá embora.
— Eu só queria trabalhar e ter meu próprio dinheiro. — Suspiro também.
— Estou fazendo isso para o seu bem, Isabelle.
— Como assim? Por quê?
— Tem muita gente que não me quer bem. — Ele me olha com atenção.
— E o que eu tenho a ver com isso? — digo de forma ríspida.
— Quem não me quer bem já sabe que você está morando comigo e, com certeza, não vai te querer bem também.
— Ótimo! Agora vou ser punida por um erro seu.
— Um erro meu? — Ele ergue uma sobrancelha.
— Boa coisa você não deve ter feito para que tenha gente atrás de você.
— Acredite, eu não fiz nada. Mas as pessoas que têm dinheiro neste mundo, bem... Quanto mais dinheiro temos, mais gente... Como posso dizer? Invejosa tem atrás de nós.
— Que ótimo. Mas por que estudar eu posso e trabalhar não?
— Você vai de casa pra faculdade, da faculdade pra casa. Pode sair à vontade e fazer o que quiser, mas onde você trabalha... Digamos que sei de alguns clientes que a sua patroa tem e sei do passado e presente deles. Sei muito bem que não valem a pena e que eles iriam descobrir em breve que você trabalha lá e que tem acesso a mim. E... — Ele faz uma pausa. — Eu te dou uma mesada se você quiser. Além do mais, você pode comprar o que quiser também. Faça compras pela internet ou saia com alguma amiga, tanto faz.
— Não quero que você me banque, Richard.
— Eu vou te "bancar" — ele faz o sinal de aspas com as mãos —, Isabelle, e não me incomodo nem um pouco de fazer isso. Só quero seu bem.
— Não quero uma mesada.
— E o que você quer então?
— Me deixe trabalhar — digo sem nem pensar.
— Não. Eu já expliquei pra...
— Não — o interrompo. — Me deixe trabalhar com você. Eu faço administração, devo ser útil em alguma coisa.
— Como assim? — Ele me olha intrigado.
— Não sei, me deixe ajudar no escritório. Também sou boa com organização. Enfim, faço o que você quiser. Aí você vai poder me dar dinheiro, mas não à toa, e sim porque estarei fazendo algo para merecê-lo.
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A Primeira Pétala
Storie d'amoreRichard era o típico homem rico, bonito e simpático que atraía a atenção de todas as mulheres à sua volta. Até que uma tragédia acontece e muda completamente a sua vida. Isabelle ainda era uma menina quando perdeu seu pai. E após um acidente, se vê...