Capítulo 4

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Acordei com os raios de sol que passavam através da janela. Olhei para o relógio e vi que eram quase 9h. Bom, eu não teria que ir trabalhar hoje, então tudo bem.

Me levantei e fui até o banheiro tomar um banho e fazer minha higiene matinal.

Quando sai, resolvi colocar uma saia jeans que chegava até o meio das minhas coxas e uma blusa simples.

Ouvi um barulho estranho vindo da sala. Parecia vozes masculinas... Que estranho.

Saí do quarto e fui verificar de quem eram as vozes. Ao chegar na sala, encontrei meu pai sentado no sofá com uma expressão irritada e preocupada no rosto. Tinha dois outros homens com ternos escuros e fones no ouvido, mas o que chamou minha atenção foi o terceiro homem.

Ele estava com uma calça jeans apertada que dava uma visão privilegiada dos músculos de suas pernas, uma camisa e um blazer que também ressaltava seus músculos nos braços, com óculos de sol não dava para ver a cor de seus olhos, mas os seus cabelos eram fartos e negros.

- Desculpe, quem são vocês? - eu perguntei assim que fiquei ao lado do meu pai.

Os dois homens com ternos escuros pareciam não terem me escutado, mas o terceiro, o que eu fiquei impressionada, tirou os óculos e me fitou com aquelas esferas escuras.

Seus olhos eram quase tão negros quanto seu cabelo, mas combinava perfeitamente com suas feições másculas.

- Filha eu... - meu pai começa mas é interrompido pelo estranho.

- Você deve ser Letícia. Prazer em conhecê-la, Amore. - ele fala e noto seu sotaque italiano, mas apesar disso, ele fala muito bem o português.

- Quem é você? - pergunto de uma vez por todas.

Ele ri e assim que vai se apresentar, é a vez do meu pai interrompê-lo.

- Filha, precisamos conversar.

Eu olho para meu pai com desconfiança. Ele parece mais nervoso do que nunca, mas eu quero saber quem é o homem que está no meio da minha sala primeiro.

- Depois conversamos papai. O senhor dizia...? - perguntei ao estranho.

- Me chamo Giancarlo Agnelli.

Eu fico tão perplexa que caio sentada no sofá atrás de mim. Giancarlo Agnelli? O presidente do Group Agnelli na minha sala? Mais não é possível!

- Você... você... o que está fazendo aqui? - gaguejo enquanto tento recuperar a compostura.

Ele ri e se aproxima mais, sentando-se do meu lado. Eu olho feito uma idiota para ele. O homem é tão bonito que agora faz sentido o porquê da empolgação de Renata e Camila.

- Temos que conversar, Amore. A sós. - ele acrescenta quando meu pai faz cara feia.

Mas o que é que está acontecendo? Porque um empresário milionário italiano está na sala da minha casa pedindo para conversar à sós comigo?

- Não vou deixar a minha filha sozinha com você. - meu pai protesta.

- Tudo bem, pai. Quero saber o que ele tem a dizer.

Meu pai parece confuso por um momento, mas por fim assente e entra no seu quarto.

Giancarlo faz um sinal com a mão e os dois homens, que eu presumo serem seus seguranças saem para fora.

- Temos muito que conversar, Letícia. Eu sei que você não entenderá mas peço que tente compreender tudo.

Eu franzo a testa. Porque ele não diz logo o que quer? Todo esse mistério está me levando à loucura.

- Há muitos anos, sua mãe, que era muito amiga do meu pai, lhe emprestou uma quantia alta em dinheiro para ele começar o seu próprio negócio, já que sua família não o apoiava. Em troca, ela pediu que você se casasse comigo, depois que eu fizesse trinta anos. - ele fez uma pausa e eu o olhava incrédula. Isso é ridículo! Minha mãe não faria uma coisa dessas comigo. E como ela tinha tanto dinheiro? Aquilo tinha que ser algum engano, mas então ele continuou. - O meu pai aceitou e eles fizeram um documento no cartório para mostrar à autenticidade do acordo.

Ele tirou do bolso do seu blazer um papel e me entregou. Nele dizia claramente que quando Giancarlo Agnelli completasse 30 anos, ficaria automaticamente noivo de Letícia Oliveira, ou seja, eu. Tinha até as assinaturas dos dois: Frederico Agnelli e Kátia Monteiro Oliveira.

Eu não conseguia acreditar que aquilo era verdade. Por que a minha mãe fez isso comigo? Me obrigar a casar com alguém que não amo!

- Eu não vou me casar com você. Nem te conheço. E se for para eu casar, não é um pedaço de papel que vai me obrigar a isso. - falei amargamente, lhe entregando o papel de volta.

- Infelizmente, não temos escolha, Amore. Eu posso processá-la se não se casar comigo. E ser processada por um milionário, não vai sair barato.

- Está me ameaçando? - eu pergunto e ele esboça um sorriso de lado. - Nem você quer isso, admita.

Ele me olha dos pés à cabeça e sinto meu rosto queimar.

- Bom... não vai ser um sacrifício tão grande assim.

Meu queixo cai no chão. O inferno congela antes que eu deixe aquele homem encostar em mim. Ele pode até ser bonito, mas é arrogante demais para o meu gosto.

- Saia agora mesmo da minha casa. Eu não vou aceitar esse casamento. Quer me processar? Processe! Agora saia! - eu falo exaltada, me levantando do sofá.

Ele parece surpreso com a minha explosão repentina. Mas então, se levanta também e dá mais um passo na minha direção. Estamos separados apenas por uns poucos centímetros e eu fico momentaneamente sem ar com a aproximação.

- Pense bem, Cara. Volto amanhã para ter a sua resposta, está bem? - quando eu vou protestar, ele põe um dedo nos meus lábios, impedindo que eu fale qualquer coisa. E um arrepio na minha espinha, me faz ofegar. - Eu sei que você quer isso, só pense bem. - ele sussurra bem perto do meu rosto e então tira o dedo dos meus lábios.

Eu penso que ele vai me beijar e me surpreendo quando percebo que quero que ele me beije. Mas ele se afasta e vai em direção à porta.

- Até mais, Cara. - e sai em seguida, me deixando tonta.

Aquilo estava mesmo acontecendo? Um empresário italiano riquíssimo veio me dizer que temos que nos casar? Algo assim só acontece em filmes e livros, mas na vida real... não dá certo. Não mesmo.

Era Uma Vez Em Florença Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz