Era Uma Vez Em Florença

Capítulo 17

Quando Antonella me chamou para ir para o fazer compras, imaginei se tratar de um grande prédio luxuoso com diversas lojas de marcas caríssimas. Mas me surpreendi quando vi que até as grifes mais caras, tinham apenas lojas espalhadas pela cidade. Não era exatamente um shopping e sim um centro comercial.

- Eu fico cada vez mais impressionada com a beleza de Florença. - eu disse baixinho enquanto entravámos numa loja.

Antonella sorriu.

- Ah, você não viu nada. Se depender de mim, você conhecerá cada canto da cidade.

Olhei mais uma vez para minha cunhada. Ao mesmo tempo que ela se parecia bastante com os irmãos, era também diferente.

Antonella ou apenas Nelli, como ela me disse que posso chama-la, tinha os mesmos cabelos negros ondulados de Giancarlo e Pietro, mas os olhos eram de um azul muito bonito. Sua pele era branca e ela era mais baixa que eu uns bons dez centímetros. Ela herdou os aspecto de sua mãe: olhos azuis e pele clara.

- Sabia que você me lembra alguém? - eu disse assim que ela pegou uma blusa e pôs em frente ao meu corpo.

- Com quem? - ela perguntou distraída com a peça de roupa.

- Carly Rae Jepsen.

Ela parou imediatamente de examinar a blusa e me olhou com diversão nos olhos.

- A cantora? - Ela perguntou e eu confirmei com a cabeça - Engraçado, você não é a primeira pessoa que me diz isso. Gostaria de conhecê-la pessoalmente.

Fico confusa. Afinal, Antonella é filha de pessoas ricas, acho que poderia muito bem já a ter conhecido.

- E porquê não conheceu ainda?

- Eu... não posso. Ainda tenho dezessete anos, estou no último ano do ensino médio e não posso me dar ao luxo de fazer viagens pelo mundo a fora quando eu quiser - ela disse tristemente.

Percebi que alguma coisa a mais estava a incomodando e resolvi me arriscar a perguntar.

- Está tudo bem? Se quiser, pode conversar comigo.

- Não é nada. Quer dizer... Giancarlo não é o único da família a ter sua vida controlada. Eu também irei me casar com um estranho assim que completar vinte anos - ela suspira com o semblante triste e por um momento acho que ela vai chorar.

- Como assim? - Eu pergunto realmente confusa.

Não posso acreditar que mais um integrante dos Agnelli terá o terrível destino de se casar com alguém que não ama. Minha mãe e Frederico devem ter algum probleminha psicólogico, para submeterem os filhos a isso.

- É isso mesmo que você ouviu: vou me casar com um estranho. Ele se chama Dmitri Askamutt... ele é russo, filho de um juíz muito poderoso. Somos noivos desde que eu fiz doze anos.

- E você já o viu? E o mais importante: que tipo de homem que ele é? - Eu pergunto com toda a calma que me resta.

- Já o vi uma vez, há dois anos atrás. Ele veio fazer uma visita ao meu pai e me conhecer.

- Quantos anos ele tem?

- Irá fazer vinte semana que vem, eu acho. Antes que você me pergunte, ele é muito bonito. Só estou triste porque... não sei se ele vai gostar de me ter como esposa, sabe? - Ela pergunta, pegando uma calça capri.

- Como vocês ficaram noivos?

- Longa história, mas resumindo: é um casamento por conveniência. Juntar o sobrenome Agnelli com Askamutt é sinônimo de muito poder e dinheiro. Aqui, experimente estas. - Ela me diz entregando uma blusa verde e a calça capri.