Capítulo 21

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Como o tempo passa rápido. Eu não conseguia acreditar que depois de amanhã eu me casaria com Giancarlo.

Essas últimas três semanas foram uma correria só. Graças aos céus, Renata chegou uma semana antes para ajudar Camila, Giuliana e eu com toda essa agitação. Ela ainda estava de queixo caído por ser madrinha do casamento de Giancarlo Agnelli, presidente da marca de maquiagem que ela ama tanto.

Hoje era o dia em que meu pai teria alta do hospital e também tiraria as ataduras de seus olhos. A operação tinha minha sido um sucesso, por isso eu estava tão ansiosa para vê-lo.

Chegamos ao hospital relativamente cedo. Giancarlo, Camila, Renata e até a dona Marta fizeram questão de me acompanhar nesse momento importante.

Dr. Salvatore viu nossa ansiedade e por isso não nos enrolou. Fomos direto para o quarto do meu pai.

— Filha? — Ele pergunta quando pego sua mão.

— Sim, pai. Sou eu — falo baixo.

Ele sorrir, mas é um sorriso tenso. Claramente está nervoso para voltar a enxergar.

O doutor tira as ataduras de seus olhos lentamente e a cada volta concluída, fico mais apreensiva e nervosa.

Quando a faixa é totalmente retirada e meu pai abre os olhos, eu fico totalmente alerta. Seus olhos se fixam em mim, ficando marejados.

— Como você ficou uma mulher linda, Letícia — ele murmura e eu o abraço com força.

Não consigo conter as lágrimas. Esperei tanto por aquele momento e finalmente consegui: meu pai tem a sua visão de volta.

Ele cumprimentou todos, inclusive Giancarlo, assim que o soltei. Parecia feliz e até mais jovem. Não parava de olhar cada detalhe do elegante e discreto quarto em que esteve nessas últimas semanas.

O doutor nos dá algumas orientações e nos parabeniza pelo casamento. Disse que meu pai poderá participar da cerimônia e até mesmo me levar ao altar sem problema algum. A cada palavra do médico, meu sorriso se alarga mais.

                           *     *     *

Assim que chegamos em casa, meu pai quis ir se deitar no seu quarto. Ele alegou ainda está cansado e que não via a hora de saber como era Florença. Dona Marta fez questão de acompanhá-lo e eu não protestei.

Goretti veio nos chamar e fomos com ela até o jardim que estava uma loucura completa. Repletos de fios, flores, cadeiras, e uma grande estrutura estava sendo montada para servir de altar. Apesar da bagunça, dava para ver que ficaria tudo muito lindo e isso me deixou ao meu tempo feliz e nervosa.

— Como podem ver, está indo tudo muito bem. Como o casamento ocorrerá de tarde, terminaremos tudo amanhã à noite — ela falou e eu senti orgulho quando compreendi todas as suas palavras em italiano.

As aulas com Pietro foram a minha salvação. Eu já aprendia tudo numa rapidez impressionante e depois sempre praticava falando com Giancarlo. Mas o mesmo não podia dizer de Camila, que não estava tendo tanta facilidade quanto eu.

— Obrigada por tudo, Goretti. Tenho certeza que vai ficar tudo muito bonito — eu lhe disse com um sorriso, que ela retribuiu orgulhosa antes de se afastar para supervisionar o posicionamento dos assentos dos convidados.

Voltamos para dentro e Giancarlo pediu licença para atender uma ligação. Ficamos apenas eu, Camila e Renata, na sala de estar.

— Não sei vocês, mas eu estou morta, meninas — Renata reclamou sentando-se numa poltrona na cor creme perto da lareira.

Camila sentou no colo dela e falou:

— Ah, pode acreditar que eu também estou muito cansada. Casamento é muito exaustivo, principalmente para as madrinhas.

Eu ri e cruzei os braços deixando claro que o cansaço delas não era nada comparado ao meu. Estava sempre tão preocupada com algum detalhe do casamento, que nem consegui dormir direito nesses últimos dias.

— Eu sou a noiva e estou muito mais cansada que vocês. Mas keep calm meninas! Depois de amanhã toda essa agitação acabará — falei tentando soar animada, mas só fez eu parecer ainda mais exausta. — Tudo que quero hoje é uma excelente noite de sono.

Camila e Renata me olharam, compartilhando dos meus sentimentos. Mas até o cansaço estava valendo a pena. Os meus familiares já estavam em um hotel caríssimo e os outros  convidados já haviam confirmado presença.

— Concordo plenamente. Aposto que se eu deitar na cama, só vou acordar depois de alguns dias — Renata falou fechando os olhos.

Camila riu e eu também.

— Pelo menos o casamento é de tarde. Mas confesso que por mim, seria à noite — retruco.

— O quê? Ficou louca? Assim todo glamour e beleza do seu vestido não iam ser notados, Letícia! — Camila exclamou como se o simples fato de se casar à noite apagasse toda a lindeza que era o meu vestido.

Eu balanço a cabeça, ainda sorrindo e decido subir para o meu quarto.

 *      *     *

Depois de tomar banho e colocar o pijama, estou me preparando para dormir quando ouço alguém bater na porta. Olho para o relógio e vejo que são quase 22h.

Com um pouco de relutância, caminho até a porta e a abro. Encontro Giancarlo do outro lado, ainda vestido com seu terno cinza, bem cortados que se ajusta bem ao seu corpo alto e musculoso.

— Não esperava você a essa hora, senhor Agnelli — falo com sarcasmo e ele ri.

— Desculpe. Só queria saber como você está. Não pude deixar de notar que você anda cansada — ele falou com seu tom de voz calmo e controlado, mas que mostrava sua preocupação.

— Bom, eu andei muito ocupada preparando tudo para o nosso "grande dia". Tudo que mais quero no momento é deitar naquela cama e dormir — resmungo.

Giancarlo coloca suas mãos no bolso da calça e parece momentaneamente nervoso. Mas deve ser coisa da minha cabeça, porquê ele é sempre um homem tão seguro e determinado.

— Então... acho que vou deixar você dormir.

— Seria ótimo! — Eu falo rindo.

— Eu só... só queria dizer que... independente de quais foram as circunstâncias, estou contente em me casar com você. Pude ver a grande mulher que você é, Letícia. Será uma honra para mim ser o seu marido — ele falou se aproximando.

Ele tira as mãos dos bolsos e em uma delas, ele trás uma caixinha de veludo vermelho. Giancarlo olha para mim e depois para a pequena caixa antes de abri-la e lá dentro um lindo anel em ouro branco com um diamante redondo no centro adornado de outros diamantes menores. Eu fiquei perplexa com a beleza da jóia.

— Bom, você não pode receber a aliança sem ter um anel de noivado.

Ele colocou o anel delicadamente no meu dedo anelar e beijou o local. Fixou seus olhos nos meus e eu não conseguia falar. Pisquei rápido para conter as lágrimas e sorri.

Fiquei olhando enquanto ele se afastava e ia para o seu quarto. Não consegui dizer absolutamente nada. Meu coração está batendo a mil e o meu pulso está acelerado. Nunca imaginei que ele fosse dizer essas coisas para mim e foi... lindo.

Era Uma Vez Em Florença Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin