Capítulo 19

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Eu ainda respirava com dificuldade. Sentia o sangue pulsando em minhas veias e tudo que eu conseguia pensar era em ir atrás daquela mulher e terminar o que eu tinha começado.

Eu nunca fui muito de briga, mas não conseguir me controlar quando ela falou aquelas coisas de mim e do Giancarlo.

— O que foi que aconteceu aqui? — Ele pergunta, me encarando.

— Ah, você não viu? Eu dei uma surra na sua amiguinha. — Falo com sarcasmo.

— Não é hora de piadas, Letícia. Se eu não tivesse chegado a tempo, você seria capaz de ter matado Adèle.

Eu ri sem humor.

— Me desculpe! — Falei, fingindo arrependimento — Longe de mim, querer matar a sua amante. Para cama de quem você correria nas noites frias?

A cada palavra, minha raiva só aumentava. E não era só isso. Foi como levar um soco no estômago, quando tomei ciência do que realmente estava sentindo: ciúmes.

Você acha que somos amantes? Isso é sério?

— Não seja ridículo! Uma mulher não se rebaixaria tanto, se não estivesse falando nem que fosse um pouco da verdade! — Eu gritei.

— E se nós fôssemos amantes mesmo, o que você tem haver com isso? Não esqueça que esse casamento é uma farsa! — Ele falou no mesmo tom que o meu, à centímetros de mim.

Eu estava com raiva. Mais do que com raiva, eu estava com uma fúria que nunca tinha sentindo antes.

Ele nem esperou que eu falasse alguma coisa. Deu meia volta e começou a andar para a saída do salão. Nem percebi que havia pegado a primeira coisa que estava ao meu alcance: um pequeno jarro de porcelana que estava em cima de uma mesinha e joguei em sua direção. O objeto atigiu o seu ombro e ele gritou de dor, se virando para mim com fogo nos olhos.

— Você ficou maluca? — Ele brandou e eu quase me senti culpada. Quase.

— Não pense você que só porque estamos noivos de mentirinha, eu vou deixar que você saia com vagabundas por aí — falei tentando manter a calma, mas falhando miseravelmente.

— Por que? Não seja ridícula, não tem esse direito.

— Porque eu... não quero que as pessoas riam de mim. Que eu seja... motivo... de piada, por está sendo traída — menti. Não era totalmente uma mentira, eu não queria que as pessoas falassem mal de mim por está levando chifres do meu "noivo". Mas eu não queria mesmo, era vê-lo perto de outras mulheres e isso me irritava.

Por que eu me importo?

Ele me olhou de cima a abaixo, balançou a cabeça e foi embora pisando duro.

Eu queria ir atrás dele e continuar brigando. Mas isso seria tão ridículo e infantil. Não sei o que deu em mim para agir dessa maneira. Meu Deus, eu joguei um jarro de porcelana nas costas dele! Onde eu estava com a cabeça? De onde veio esse minha sede por violência?

— Minha nossa! O que foi tudo isso, Letty? — Camila exclamou, aparecendo de repente do meu lado.

— Não foi nada.

— O quê? Você deu uma surra numa vadia, discutiu com o seu noivo e depois atirou um jarro nele! Eu juro que se não tivesse visto com meus próprios olhos, não acreditaria — ela falou, admirada.

Eu nem quis repondê-la. Subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto. Me atirei na cama e chorei.

*  *  *

Era Uma Vez Em Florença Where stories live. Discover now