Capítulo 42

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GIANCARLO:

Eu havia acabado de descer do carro e andava rumo às escadas do prédio do Group Agnelli, quando meu celular tocou. Não reconheci o número, mas mesmo assim antedi. Minha reunião começaria em menos de dez minutos e eu queria ser como sempre, pontual.

- Giancarlo - respondi sem dar importância à pessoa do outro lado da linha.

- Signor Giancarlo Agnelli? - perguntou a voz feminina.

- Sim. O que deseja?

- Sua esposa Letícia sofreu um grave acidente - parei de andar e prendi a respiração. - Ela acabou de dar entrada no hospital e encontramos seu número no aparelho celular dela.

- A Letícia o quê? - sussurrei, incrédulo.

Eu a tinha visto a pouco menos de meia hora e ela estava ótima. Isso não está acontecendo. Minha respiração ficou presa e eu já nem conseguia me manter calmo, pois a minha mente imundou de imagens do sorriso dela e dos seus olhos brilhando olhando para o quarto dos nossos filhos.

- M-mas ela está grávida. Como estão os bebês? - perguntei, voltando rapidamente para o carro que continuava estacionado em frente a empresa.

- Infelizmente, não sabemos nada sobre o estado de saúde dela ainda. Mas ao que parece, é muito grave.

Engoli em seco e entrei no carro.

- Estou indo.

Encerrei a ligação e tentei controlar as batidas rápidas do meu coração. Letícia vai ficar bem. Eu sei que ela vai ficar bem. Se ela não ficar...

Não vou conseguir viver sem ela.

*     *     *

Cheguei ao hospital e corri para a recepção, buscando notícias sobre o estado de saúde da minha mulher. A recepcionista apenas disse que não sabia de nada e que eu teria que perguntar ao médico responsável.

Confesso que contei até dez para não xingá-la de todos os palavrões possíveis e fui em busca do médico. Para minha surpresa, o encontrei conversando com Luca Salvatore, o mesmo médico que tinha operado o pai de Letícia meses atrás.

- Luca? Como está a minha esposa? Como está a Letícia? - indaguei e ele lançou um olhar para o médico antes de me responder.

- Giancarlo... a situação da sua esposa é muito delicada. Ela vai ser levada agora mesmo para fazer uma cesária de emergência.

- Uma cesária - falei, fechando os olhos e passando as mãos pelo rosto.

- Sim. Doutor Luigi fará o possível para que ocorra tudo bem.

- Mas eles ficarão bem? Letícia e meus filhos?

- Temos que aguardar.

Coloquei novamente minhas mãos sobre o rosto.

Aquilo era um pesadelo e eu queria que acabasse o mais rápido possível. Não saber se Letícia ficaria bem estava me deixando louco. Por que isso aconteceu? Ela estava tão bem, tão feliz...

Doutor Luigi pediu licença, disse que iria se preparar para realizar a cesária.

- Eu posso ir? Queria está com ela neste momento - supliquei e o médico me olhou hesitante.

- Tudo bem, o senhor pode assistir.

Eu o segui pelos corredor, deixando o Dr. Luca de cara fechada.

*     *     *

Eu tinha acabado de entrar na sala onde ocorreria o parto e minhas mãos suavam. Eu odiava ter que usar uma daquelas roupas azuis de hospital, rede de cabelo e máscara cirúrgica. Mas se aquele era o único jeito para que eu pudesse está ao lado de Letícia naquele momento, eu não me importaria com mais nada.

Ela já havia sido anestesiada e estava deitada e inconsciente. Vê-la daquele jeito, pálida e com um corte na testa me fez querer abraça-la e proibir todos de chegarem perto. Eu estava com tanto medo de perdê-la.

O Doutor Luigi, então, começou a realizar o parto.

Ele fez um corte na região sul da barriga de Letícia, e eu cerrei um punho. Mesmo sabendo que aquilo fazia parte da cesária, eu não gostava de ver alguém cortando-a.

Os minutos pareciam horas. Mas então, a cabeça do primeiro bebê apareceu e o médico o puxou.

- É um menino - ele falou para ninguém em particular e eu fechei os olhos para conter a emoção.

O choro fraco do bebê pequeno era um sinal de que ele ficaria bem. Pelo menos, é o que desejava com todas as minhas forças.

O doutor entregou o primeiro bebê para a enfermeira. Letícia e eu tínhamos combinado que o primeiro menino se chamaria Fabrizio, então era assim que ele seria batizado.

Três minutos depois, foi a vez de Isabella sair, também chorando bem fraquinho. E por fim, cinco minutos mais tarde, foi a vez de Pietro, que chorou um pouco mais forte que os irmãos, mas era tão pequeno quanto os outros.

- O que acontecerá com eles, doutor? - perguntei, vendo Pietro ser levado pelo enfermeira.

- Os três já foram indentificados e serão levados para a incubadora. Nasceram cedo, e ainda precisam de desenvolver um pouco mais. Fique tranquilo, os três ficarão bem - o médico sorriu para mim.

Mas o seu sorriso se desmanchou quando os sinais vitais de Letícia começaram a cair e eu entrei em desespero.

- O que está acontecendo? O que está acontecendo com a minha mulher!?

Uma enfermeira me levou para fora da sala contra a minha vontade. Meu pânico aumentava a cada passo que eu dava. O que estaria acontecendo com Letícia? Ela ficaria bem?

*     *     *

Pouco mais de vinte minutos depois, eu ainda esperava notícias sentado em uma das cadeiras do corredor com um copinho de café na mão. Estava tentando o máximo que podia me controlar e permanecer bem. Minha esposa não me deixaria. Eu sabia disso.

- Senhor Giancarlo?

Ergui o olhar e me levantei no mesmo instante em que avistei Dr. Luigi se aproximando.

- Como está minha esposa, doutor?

O médico pensou bem antes de responder a minha pergunta:

- Fizemos o nosso possível e... - Letícia tinha que está bem. Ela tinha que está viva. - Sua esposa ainda está viva, mas está em coma. E agora só depende dela.

Toda a tensão, estresse e desespero das últimas horas me acertaram com força e eu não consegui conter as lágrimas de desceram quentes e rápidas pelo meu rosto.

- Não. NÃO! - gritei cobrindo meu rosto e caindo sentado na cadeira, continuava chorado.

Eu estava com medo. Minha esposa poderia não acordar mais e eu não sei como vou fazer para viver sem ela. Eu só pensava em uma coisa:

- Não me deixe, Letícia. Não vá embora.

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Coitadinho do Giancarlo. Tomara que a Letícia consiga sair dessa. Mas o que será que atingiu o carro que ela estava? E os trigêmeos, vão conhecer a mãe deles?
Muito obrigada por ler este capítulo e por não desistir de mim, nem da minha história! <3
Beijinhos,
Nick.

Era Uma Vez Em Florença Where stories live. Discover now