Capítulo 10

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Eu devia ter pedido o juízo. Completamente.

Depois de sair do quarto do papai, perguntei à um dos empregados onde estava Giancarlo e a mocinha, muito adorável por sinal, disse que ele estava no escritório.

Desci as escadas e segui até a última sala perto do corredor que leva até a cozinha. Aqui estou eu, em frente à porta, mas sem coragem para bater, afinal, eu estava indo pedir... dinheiro? Que absurdo!

Antes que eu pudesse dar meia volta e fingir que nada tinha acontecido, a porta se abre e vejo a expressão confusa no rosto de Giancarlo.

— Algum problema, Amore? — ele pergunta com um sorriso malicioso nos lábios.

— Hã... não, eu... queria conversar com você. Mas... deixa para depois. — eu gaguejo e dou meia volta.

Giancarlo segura a minha mão e volto a olhá-lo. Ele arqueia uma sobrancelha, e me puxa para dentro do escritório.

O lugar é aconchegante, mas terrivelmente masculino. Assim como toda a casa, parece precisar de um toque feminino. Tem uma estante que vai do chão ao teto, repleta de livros, uma grande mesa no centro, com três poltronas confortáveis e tem um estofado em frente à janela. A sala também tem umas belas pinturas, mas como eu disse, o ambiente é bem masculino, de forma que está tudo em tons de cinza claro, escuro e preto.

— O que queria conversar, comigo? — ele pergunta, perto de mim. Muito, muito perto.

Estamos apenas alguns centímetros separados, mas ele praticamente cola seu corpo no meu e eu fico sem ar por um momento.

— Eu... - não consigo lembrar do que iria falar. Ah, sim... lembrei. — Quero falar sobre o meu pai.

Giancarlo rir e se separa de mim. Apenas alguns centímetros.

— O que o meu adorável sogro tem?

— Meu pai precisa voltar a enxergar, Senhor Agnelli. — eu falo, mais confiante do que achei que estaria. Quando ele não fala nada, eu pigarreio e prossigo: — Olha, não quero que ache que vou roubar o seu dinheiro, nem que estou me casando com você por ele, mas... o dinheiro é capaz de fazer coisas ruins e coisas boas. Eu gostaria muito, que você ajudasse com a cirurgia do meu pai.

Giancarlo me fita com uma intensidade que eu nunca vi antes. Na certa, acha que sou uma aproveitadora que só quer pegar o seu dinheiro e gastar em coisas fúteis.

— Deixe-me ver se entendi. Você quer que eu pague a cirurgia para seu pai voltar a enxergar, Cara? — eu assinto e ele continua: — Está bem. Amanhã pedirei para que Santino leve-o à melhor Clínica de Florença para que façam os exames necessários.

Ele se afasta e vai em direção à uma garrafa de uísque em cima de uma mesinha e serve uma dose para si. Depois levanta o olhar e com um movimento de cabeça, pergunta se também quero, mas eu recuso.

— Você... hum, vai fazer isso mesmo? — eu pergunto e ele me olha com aquela cara de "Tenho cara de quem faz promessas e não cumpre?"

Ele assente e bebe um pouco do uísque, fechando os olhos por uns segundos.

Fico tão feliz com a notícia, que quando percebo, já estou pulando em seus braços, prendedo-o em um abraço apertado.

— Obrigada, muito obrigada mesmo! Você não sabe como isso é importante para mim e para meu pa... — as palavras vão morrendo quando ele enrosca sua mão livre em minha cintura, colando meu corpo ao seu.

Meu corpo todo se acede. Sinto tanto calor, que poderia jurar que estou pegando fogo. Um formigamento denuncia que estou mesmo é afetada com seu toque.

Começo a respirar com dificuldade e os segundos parecem não passar. Olho bem para seus olhos negros e fico perdida ali. Ele é lindo. Estupidamente lindo. Cílios grossos que contrastam tão bem com as sobrancelhas, deixando-o tão viril.

É ele quem decide acabar com a tortura quando gruda nossos lábios e pronto, estou perdida. Nossas línguas e lábios estão em perfeita sincronia, se movimentando no mesmo ritmo. Agarro-o com mais força, trazendo-o ainda mais para mim, se é que isso é possível.

Giancarlo põe o copo de uísque na mesinha, puxa as minhas pernas para cima, enrolando-as em sua cintura. Ele aperta a minha bunda e eu solto um gemido rouco, que ele sufoca com um beijo.

Ele me deixa sentada em sua enorme mesa e se põe entre as minhas pernas, sem parar de me beijar. Suas mãos habilidosas agora estão na barra do vestido, tocando a minha pele. Tudo parece lento demais, quente demais.

Ele para de beijar os meus lábios e começa a beijar o meu pescoço, beijos quentes, com toques de língua.

— Tão doce... Você tem um cheiro maravilhoso, Amore. Irresistível. — ele murmura entre beijos e eu sinto que estou indo à loucura, apenas com as suas palavras.

Suas mãos sobem até meus seios e massageia de maneira lenta e habilidosa, deixando os mamilos rijos.

Não consigo controlar meus movimentos. Tiro sua camisa de dentro das calças e ponho as mãos na pele exposta. Tão quente, tão macia...

Ele beija o meu seio por cima do tecido do vestido e eu não consigo reprimir um gemido de satisfação. Ele parece gostar do que ouviu, pois leva a sua boca ao outro, a medida que a sua mão desce até a minha calcinha, onde ele massageia em círculos e eu me contorço, gemendo e falando coisas incoerentes.

Ele volta a beijar a minha boca e eu cravo minhas unhas em sua pele a medida que o beijo vai ficando mais selvagem e desesperado.

Ele se separa de mim com um sorriso triunfal nos lábios, por um momento eu fico imaginando o que deu em mim para fazer uma coisa dessas com ele no seu escritório, em uma casa cheia de empregados que com certeza ouviram nosso showzinho.

— Será um prazer, ajudar seu pai. — ele responde com um sorriso de lado, revelando uma covinha.

Eu fico morrendo de vergonha. Então ele achou que esse foi "o pagamento" pela ajuda que ele dará ao meu pai?

Saio de cima da sua mesa, faço o possível para me recompor e sem olhar para trás, saio de seu escritório. Assim que a porta se fecha, eu dou alguns passou, depois corro em direção ao meu quarto.

Era Uma Vez Em Florença Where stories live. Discover now