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Os meus pulsos começavam a doer com a força que ele fazia sobre eles para eu não escapar. Eu lançava-lhe o olhar mais horrível que sabia fazer mas ele nunca chegava a vê-lo já que os seus olhos estavam ocupados com o meu corpo. Ele observava e registava cada centímetro, cada curva que o meu corpo fazia. No entanto, o que captava mais o seu olhar era a lingerie preta que eu trazia. Devia ter ouvido o Pete quanto à lingerie... Pete... Ele nunca me irá perdoar pelo o que vai acontecer, mesmo que a culpa seja deste homem que nem sei o nome... Desculpa Pete...

- Não te preocupes. - Arrepiei-me ao sentir o bafo quente no meu pescoço, perto do meu ouvido. - Eu vou tirar essa tua tristeza. 

- O quê? Como é que ele sabe? A minha expressão mudou?!  - Pensava esquecendo-me do que me rodeava.

No meu leve momento de distração, um arrepio viaja pelo meu corpo com o toque húmido dos lábios do homem. Virei a cabeça para o outro lado inconscientemente e ele gostou dando até um risinho. Os beijos eram mais frequentes e chegava a fazer chupões pelo meu pescoço. Enquanto a sua boca estava ocupada, a sua mão livre passeava pelas minhas pernas e pela minha cintura fazendo o mesmo caminho repetidas vezes. Sem pensar, soltei um leve som quando os seus lábios tocam o meu ouvido dando beijos no mesmo. Isto continuou dando sensações loucas ao meu corpo.

- Eu disse que ias gostar. - Sussurrou sensualmente no meu ouvido que só resultou noutro arrepio meu. - Sabes o que é melhor? - Fez uma pequena pausa podendo apenas sentir o seu bafo quente no meu ouvido húmido. - Ainda só comecei. - Sorriu e voltou às caricias no meu pescoço. 

Os seus lábios iam descendo devagar, uma tortura para mim. Eu nunca tive tanta raiva de mim mesma. Os toques dos seus lábios húmidos na minha pele, a sua fala sensual a sussurrar no meu ouvido, o toque quente e cuidadoso mas com intenções impuras da sua mão; aquilo tudo levava-me à loucura e eu estava a gostar. Com cada toque que ele fazia, eu delirava e desejava por mais. Odeio-me tanto...

- Esta lingerie que trouxeste está mesmo a pedir para ser arrancada. - O seu olhar estava sobre a mesma e conseguia perceber que ele queria mesmo fazer o que disse. O seu olhar ardente queimava a minha roupa e imaginava o que estava escondido atrás da mesma. - Que desejo de arrancá-la com os meus dentes... 

A sua cara foi para o meu sutiã observando-o com os quatro sentidos. Cheirou-o e grunhiu baixo, observou cada pormenor da renda negra que envolvia o sutiã, pousou os lábios sobre ele arrepiando-me ao sentir a pressão sobre o meu peito e seguiu a renda e os seus detalhes com os dedos. Mordi o lábio com a sensação desconhecida que estava a ter nesta situação. O meu corpo era invadido por arrepios constantes e a temperatura aumentava a cada instante, talvez devido ao contacto com os nossos corpos. Como ele estava em cima de mim, eu conseguia sentir o seu corpo sobre o meu e o calor que este emanava. Era tanto que o meu corpo sugava-o e armazenava-o aumentado ainda mais a temperatura; esta é outra coisa que eu odeio em mim. O calor do homem ainda desconhecido acalmava-me e o bater do seu coração contra a minha pele era, por muito estranho que pareça, confortável. Enquanto ele investigava cada traço do meu sutiã, eu respira descontroladamente com a cabeça virada para o mesmo lado de antes. A mão que prendia os meus pulsos já não estava lá mas eu não estava em bom estado de mente para tentar fugir. 

- Mesmo depois de ter tomado banho... - Acariciou a minha barriga causando mais um arrepio. - O meu corpo está tão quente que já não estou molhado... 

Baixou ainda mais o rosto até à minha barriga passando a beijá-la. Mordi o lábio com a combinação do toque húmido dos seus lábios e das poucas gotas de água que caiam do seu cabelo loiro na minha barriga. Sempre que uma caía sobre o meu corpo quente, eu dava um leve salto com a sensação arrepiante. Quando ele reparou nas gotas, ele parou com os beijos e lambeu as gotas "limpando" a minha barriga. A língua era tão fresca como um gelado que arrepiou-me ainda mais. O pior foi a reação do meu corpo pois eu estiquei como se estivesse a espreguiçar. Ele sorriu ao ver a minha reação.

- Acabaste de provar que não sou só eu que estou a gostar. - Olhei para ele com dificuldade e pude ver o sorriso convencido preso ao seu rosto. - Isso, não tires os olhos de mim. 

Mal acabou de dizer aquilo, ele leva a boca ao meu umbigo e beija-o seguindo de um chupão. Uma sensação tão estranha como aquela causou outro arrepio e fez-me tirar os olhos de cima dele. Pude senti-lo a dar leves carinhos ao meu corpo: os seus lábios húmidos e a língua fresca ocupavam-se da minha barriga, as mãos fortes agarravam a minha cintura e a minha coxa dando leves apertões de vez em quando, os seus olhos selvagens mantinham-se presos ao meu rosto como se procurasse contacto com os meus olhos. O toque dos lábios foi subindo aos poucos pela minha barriga até chegar mais uma vez ao sutiã. Depois de alcançar, pela segunda vez, o sutiã, não senti mais nenhum toque, nem dos lábios nem das mãos. Viro de novo o rosto para a minha barriga e fui de encontro com os seus olhos esverdeados. Ficámos a trocar olhares sem mais nem menos, apenas a olhar um para o outro durante uns minutos que pareciam uma eternidade.

Com esse tempo passado, os seus olhos focam-se noutro local do meu corpo: o meu peito. Ele ataca essa zona com a sua boca passando a distribuir alguns beijos pela zona. Passo a encarar o teto com a sensação dos seus lábios sobre a minha pele mais uma vez. Mesmo estando no peito, ele não chegou a tocar no seio, só por cima do sutiã. Claro, não demorou muito para senti-lo a dar leves beijos pressionando os seus lábios sobre a pele sensível do meu seio deixando algumas marcas para trás. Apesar de eu ainda ter o sutiã colocado, a parte do seio que saia do sutiã era o suficiente para ele. Com o peito, a barriga e o pescoço cobertos de marcas, ele levanta de leve o seu corpo e observa o seu feito com um sorriso malicioso no rosto.

- Onde... Está a graça? - Disse olhando-o de frente com a respiração ainda um pouco acelerada e o rosto encarnado. Naquele estado, apenas consegui fazê-lo rir.

- Só gosto de observar o meu trabalho feito. - Virei a cabeça em sinal de desdém. Arrepiei-me ao sentir o seu bafo no meu pescoço, outra vez. - Mas não te preocupes que ainda não acabei. - Sussurrou ao ouvido dando um beijo no meu rosto. Resmungo alguma coisa baixo mas que foi captada pelos ouvidos do homem loiro. - Se não querias que isto acontece-se, não tivesses trazido esta lingerie negra provocadora. - Sorriu e comecei a sentir as alças do sutiã a descerem pelos meus ombros.

- Lingerie negra... - A minha cabeça começou a rodopiar em volta do seu comentário, pensando, e pensando. - Segundo ele, isto tudo é por causa dela. Talvez tivesse sido mesmo boa ideia não a ter trazido. - Com este pensamento lembrei-me da manhã de hoje e... Lembrei-me de Pete. Uma dor apertou o meu peito e fechei os olhos ao senti-la cada vez mais profunda. - Desculpa... Pete... - Sussurrei baixo mas não passou despercebida pelo homem ainda sobre mim. As caricias nos meus ombros pararam e pude apenas sentir um leve aperto das suas mãos nos meus braços.

- Pete? - Assustei-me com o tom frio que ouvi perto do meu ouvido. - Quem é esse Pete.

Olhei para a frente indo de encontro àqueles olhos tenebrosamente lindos de tons esverdeados que mostravam raiva e malícia com um brilho igualmente medonho. Antes de poder dizer qualquer coisa, as palavras ficaram entaladas na minha garganta impedindo-me de prenunciar fosse o que fosse. O olhar constante sobre mim não ajudava pressionando-me ainda mais. A minha salvação foi o bater da porta do quarto. Respirei um pouco mais aliviada pensando que ele levantar-se-ia e aquilo tudo chegaria a um fim. Contudo, ainda sentia o aperto nos meus braços e a pressão do seu corpo sobre o meu. Olhei de novo na sua direção e espantei-me ao ver que ele nem sequer mexeu-se. Bateram mais uma vez mas ele nada disse ou fez. À terceira é de vez, é o que se diz mas, não foi desta ainda.

- Christopher, abre a porta. - Disse já farta de bater à porta e não obter qualquer resposta. - Eu sei que estás aí. - Yuna continuava a bater à porta e parecia que ia arromba-la se não a abrissem. Já estava com receio e medo antes e agora ainda mais tenho. Se ela abrir a porta, o que vai acontecer? Será a minha salvação ou a minha ruína?

Criada de um MilionárioTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon