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O tempo passou rapidamente e, quando olhei de novo para o relógio, uma hora já tinha passado. Não sabia que podia passar tanto tempo a fazer limpezas numa única divisão. Normalmente eu demorava duas horas a limpar a casa inteira, e isto em passo lento. Aqui ainda falta o escritório mas sempre posso ver o lado positivo: metade já foi. No entanto o pensamento positivo desapareceu sem deixar rastos mal abri a porta do escritório. Não consigo acreditar que uma zona daquelas pudesse estar naquele estado. Só mais de meia hora foi gastada a organizar a papelada toda do escritório. Foi um pouco difícil compreender do que se tratava em cada papel. Felizmente estive atenta às aulas de matemática do professor Frank. Sem contar com esse "pequeno" problema, não deu muito trabalho arrumar o escritório.

Respirei bem fundo quando acabei. As minhas forças já eram poucas desde o início e agora só tenho vontade de atirar-me para cima de uma cama e dormir. Infelizmente não posso. Não posso ir dormir logo no primeiro dia que trabalho. Isso mostra muito como uma pessoa é e eu não só não quero parecer isso como não sou. Por isso ajeitei o uniforme e dei uma bela olhada observando cada canto daquela divisão. Comparado com antes, foi um belo resultado que envolveu muito trabalho da minha parte. Ainda não consigo acreditar nas condições que ele estava. Sai dali com um certo alívio de saber que já estava tudo feito. Mal fechei a porta do escritório deparei-me com Yuna que acabara de sair de um quarto em frente ao quarto daquele pervertido.

- Layla. - Yuna agarra-me e gira-me de um lado para o outro. - Onde estiveste? Andei à tua procura. Falei com as criadas, com os guardas, mas ninguém sabia de ti. - Yuna parou de girar-me após algumas voltas. - Ele não te fez nada, fez? - Olhou dos meus pés à cabeça.

Eu percebi logo de quem ela falava, no entanto, não posso dizer a verdade. Tenho receio do que pode acontecer. Não como Yuna reajiria e nem quero pensar no castigo que aquele meu mestre dar-me-ia se Yuna descobri-se. Para o meu bem, vou mentir desta vez.

- Não estou a perceber, Yuna. - Fiz-me de desentendida. - Estás a falar do quê? - Ela afastou-se um pouco de mim e largou os meus ombros de seguida.

- O... O meu irmão. Já o conheceste? - Confirmei. - E correu tudo bem? - De novo, fiz-me de desentendida inclinando de leve a cabeça.

- Está tudo bem Yuna? - Ela nada disse, apenas sorriu disfarçando a sua preocupação.

- Deixa, não te preocupes comigo. Mas vá, como foi conheceres o meu irmãozinho. - Começamos a andar em direção às escadas.

- Primeiro devo dizer que não foi o que esperava. - E é verdade isto que estou a dizer. - Estava à espera de encontrar um rapazinho de doze anos, não um jovem adulto. - Ri embaraçada. - Como tratavas-o por "irmãozinho", na minha cabeça imaginei uma criança. - Ela logo ri de leve.

- Peço desculpa por isso, Layla. Eu chamo-o assim desde que somos crianças. Ele é uns anos mais novo que eu e sempre o vi como o meu irmãozinho novo, um pequeno diabrete. - O sorriso que o seu lábio carregava demonstrava apenas um pouco do amor que ela sentia pelo seu irmão mais novo. - Infelizmente ele não é tão anjinho como é esperado.

Realmente, tenho que concordar com isso. Nem sequer os seus cabelos são inocentes. Todo aquele corpo, por lindo que seja, não passa de um recipiente de malícia e sedução. Tenho pena de Yuna ter tido um irmão como ele. Tenho que agradecer ao meu irmão por ser como ele é afinal... De qualquer maneira, nós já estávamos no piso de baixo, no fim do lance das escadas. Como já tinha acabado o meu trabalho, Yuna propôs mostrar o resto da casa. Quando cheguei ela apenas deu uma informação vaga e mostrou-me as zonas principais como a entrada, o salão e as divisões que eram-me cabidas. Desde que vi a casa do outro lado das grandes grades pretas que tive curiosidade em explora-la. Finalmente posso fazê-lo e a companhia de Yuna é ainda melhor.

Criada de um MilionárioWhere stories live. Discover now