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Do outro lado da porta, os dois pombinhos continuavam colados um ao outro. Daphne abraçava o pescoço de Chris enquanto aprofundava o beijo. Ele puxava-a contra ele com as mãos sobre as suas ancas. A troca de beijos continua durante algum tempo até que um fica sem ar.

- O que foi isto? - Daphne pergunta, mas não obtém resposta. - Chris?

Christopher fica parado por uns instantes sem responder-lhe. O primeiro movimento que faz foi larga-la. Ao sentir a falta da presença das mãos quentes de Chris nas suas ancas, Daphne larga-o e Chris afasta-se dela. Ela observa-o suspeita enquanto ele esfregava o cabelo, pensativo.

- O que é que eu estava a pensar? - Christopher perguntava-se a si mesmo sem reparar na suspeita de Daphne a aumentar.

- Chris. - Daphne tentou chamar à atenção, mas ele mantinha-se perdido em pensamentos. - Christopher! - Ao aumentar o tom da voz, Chris acaba por olhar para ela. - Tu gostas dela? - A mente de Chris que estava cheia de pensamentos ficou em branco rapidamente.

- Desculpa?

- Tu ouviste. Gostas dela, ou não? - Daphne falava séria de braços cruzados ainda no mesmo sítio.

- Estás louca? Ela é minha criada!

- Não seria a primeira vez que o patrão dorme com a empregada. - Chris levanta-se ao ver o tom e tema sério da conversa a piorar.

- Daphne. Para com essas ideias. Por que razão havia eu de cair a tal ponto? - Ela ri e mantém a cara séria.

- Diz-me tu. Os meus olhos não me mentem. Prova que foi a minha mente que me enganou.

Chris pensa no que ela disse. Daphne estava bem séria e o tema da conversa estava a virar para o torto. Ele tinha que arranjar uma maneira de mudar de conversa. Contudo, conhecendo-a tão bem, ele sabe que mudar de tema não é o método indicado. Apena faria o oposto: atirava ainda mais lenha para o fogo.

- Queres que eu te prove que não sou desses. Bom... - Ele aproxima-se lentamente dela sem ela recuar um pouco sequer. - Já nos conhecemos bem. Sabes que eu não sou de cair aos pés de mulheres.

- Gostas mais da situação oposta. Sei bem disso, sei. - Ele tosse seco e continua.

- Também sabes que fiquei com ela apenas um mês e que fui ter contigo a Inglaterra e ficámos três meses juntos. - Ele abraça-a e faz pequenas cócegas nas costas sem causar qualquer efeito nela. - Preciso de comparar-vos às duas? Acho que é óbvio. - Ele sorri e ela abaixa os braços pouco depois.

- Convenceste-me por agora. - Ela sorri e abraça-o de volta. - Agora cala-te e beija-me. - E no mesmo instante eles voltam a trocar beijo atrás de beijo cada vez mais selvagem.

Perdidos naquele momento, Chris consegue virá-la e empurra-a para a cama. Ela sorri ao ver onde ia chegar e põe-se confortável enquanto Chris sobe para a cama. Eles beijam-se mais algumas vezes até chegar a altura em que Chris começa a distribuir beijos pelo seu corpo enquanto tirava a pouca roupa que eles tinham. Ainda bem que não sabia de nada do que estava a acontecer por detrás da porta onde estava encostada.

Depois de recuperar mentalmente, levanto-me e penso brevemente em voltar lá para dentro. Rapidamente decido-me em ir embora. Mal sabia eu que aquela decisão foi a melhor que eu tomei. Ao descer as escadas, encontro-me com Yuna que relia uns papéis.

- Layla. Já acabaste com o meu irmão? - Coro ao relembrar-me de tudo.

- Sim. Ele já acordou e ficou com a senhora Daphne no quarto. - Desviei o olhar embaraçada com a imagem deles a beijarem-se presa na minha cabeça.

- Oh. Estou a ver. - Ela tosse forçado. - Podes então descansar um pouco. Não sei por quê mas penso que já estás mentalmente esgotada logo pela manhã. - Ela ri embaraçada e vai-se embora para o quarto dela.

Eu desço e vou para a sala e atiro-me para cima do sofá. Suspiro ao ver que era como Yuna dizia: mentalmente esgotada. Os meus olhos vão parar ao bolso do uniforme e surge-me uma ideia. Tiro o telemóvel e fico a ver as imagens que tinha gravadas. Foi difícil esconder o sorriso em qualquer fotografia que passava. Vou então aos contactos e faço a ligação.

- "Lay? Passa-se alguma coisa?" - Ouvir a voz dele relaxou-me. Era mesmo disso que eu precisava.

- Nada de especial. As confusões de costume. Não te preocupes.

- "Por que ligaste então? Não é que eu não queira ouvir a tua melodiosa voz." - Ele riu.

- Foi mesmo por isso que te liguei. Só queria ouvir a tua voz. - Vieram alguns segundos de silêncio até ouvi-lo.

- "Qual é o problema, Layla. É óbvio que algo aconteceu." - Eu suspiro.

- Odeio que me conheças tão bem... - Respiro fundo. - Fala-me lá dessa tua seção para essa grande revista. - Oiço de leve o suspiro dele.

- "Não é uma grande revista, mas é boa comparando com os pequenos trabalhos que tive. Então..." - E ele começa a falar e a falar do trabalho dele, exatamente o que queria.

Depois do longo telefonema com o Pete, acabei por adormecer com o telemóvel. Só alguns minutos mais tarde é que Yuna me encontra. Ela suspira ao ver o meu estado e fecha as portas da sala. Depois disso, Chris já estava a descer as escadas com Daphne ao seu lado. Ele estranhou as portas estarem fechadas e ficou demasiado curioso. Ele deu um longo beijo a Daphne e separam-se ela indo para a cozinha e ele para as portas.

Quando abriu as portas não conseguiu evitar de rir ao ver-me deitada no sofá. Depois de controlar o riso, ele verifica se ninguém o viu a entrar e fecha outra vez as portas. Ele aproxima-se de mim e senta-se no chão à minha frente. Ele sorri enquanto desviava os fios de cabelo à frente do meu rosto.

Ele levanta-se e vai buscar um leve cobertor e tapa-me. Eu mexo-me um pouco ao sentir o tecido do cobertor sobre mim e acabo por deixar o telemóvel cair. Chris pega nele e, sem intenção, liga-o. É então que ele vê as fotografias. Vai de uma ponta à outra percorrendo o album todo. Ele pensa por um breve instante apagar o album "acidentalmente".

- Não acredito que me arrependo de comprar-te o telemóvel. - Suspira e pousa-o na mesa. Ele aproxima-se de mim e desvia mais uns fios de cabelo. - Desajeitada. - Ele sorri.

Enquanto observava a minha expressão a dormir ele distrai-se ao parar nos meus lábios. Ele pensa por uns instantes, julga qual era a melhor ideia. Depois de tomar a decisão, ele aproxima-se do meu rosto. Com uma mão, acaricia a minha cara. Com os seus lábios mais perto dos meus, era óbvio a intenção dele. Contudo, o telemóvel começa a tocar. Ignorá-lo parecia uma ótima ideia, mas correr o risco de acordar-me já não.

- Má altura para me vires chatear, Sam. - Chris afasta-se e continua a falar. - O que queres de mim?

- "Antes de mais, eu sou tua secretária e o meu dever é chatear-te. E a culpa não é minha que estejas enrolado com uma mulher já de manhã." - Ele irrita-se ainda mais.

- Despacha-te logo.

- "Era para avisar que o senhor Enzo Bellini está na sala de espera. Apareceu sem qualquer aviso antes que me culpes." - Chris suspira.

- Obrigada pelo aviso. - Ela agradece e com um sorriso matreiro Chris responde. - Era o que eu devia dizer, mas é o teu dever chatear-me, não é? - Ouve-se uma tosse do outro lado da chamada.

- "Eu vou avisar o senhor Bellini que estás a caminho. Até já, chefe"

- Até já, Sam. - E desliga a chamada.

Ele suspira e murmura umas quantas coisas. Olha para mim e irrita-se ainda mais. Ele anda rápido até mim e beija-me no canto do lábio saindo da sala logo a seguir. Poucos minutos depois, ele já estava no carro a caminho do escritório.

Criada de um MilionárioWhere stories live. Discover now