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Os dias foram passando e nem dava por eles. Era incrível a velocidade que o tempo passava quando estava com Chris. Os rumores que eu ouvi eram verdade afinal. O tempo passa mais rápido quando estamos com aqueles que amamos. Sem ofensa, Pete.

A minha relação com o Chris estava calma. De vez em quando o Pete deixava-me lá na mansão e o resto do dia eu ficava entregue ao Chris. Dito desta forma é um pouco estranho, mas não havia nenhum problema. Maioria das vezes, se não ficássemos em casa, íamos passear a algum sítio. O que é certo é que nunca nos largávamos.

Hoje estávamos a descontrair num parque natural. Era enorme, cheio de árvores com um pequeno riacho que o atravessava por completo. A manhã inteira ficámos a andar pelos diversos caminhos do parque enquanto passeávamos o Kouki, uma desculpa na realidade. Agora descansávamos à sombra de um sobreiro.

O silêncio há nossa volta era daqueles relaxantes. Conseguíamos ouvir o som da água a escorrer a alguns metros de nós e o som das folhas a irem uma contra as outras com a força ligeira do vento. O melhor daquilo tudo era o ombro de Chris onde descansava a minha cabeça. Não houve um instante sequer que ele parou de fazer leves massagens nas costas da minha mão.

- Podemos ficar assim o resto do dia?

- Que preguiçosa que viraste. - O riso dele não me irritou como era de costume. - O Kouki vai acabar por nos atacar. Ele não é de ficar quieto só porque nós não queremos nos mexer.

- Ele pode sempre correr há nossa volta como costuma fazer. Vamos ficar assim o resto do dia, por favor. - Sinto-o a beijar a minha testa.

- E que tal darmos mais umas voltas e irmos comer um lanche. Tenho algo planeado para a tarde.

- Hum... Curioso. Vou pensar no assunto. - Ele sorri e voltamos ao silêncio.

Pouco mais de uma hora passou e eu já estava a dormir. Tal como Chris tinha previsto, Kouki já estava a mostrar sinais de energia acumulada. Corria de um lado para o outro à nossa frente parando de vez em quando para ladrar. Chris irritava-se com ele sempre que ele começava a ladrar já que eu dormia tão descansada. Mas como qualquer outro cão, ele não ouviu nada e saltou para cima de mim. Acordei logo e a primeira coisa que senti foi a língua húmida de Kouki a passar pela minha cara.

- Kouki! Vai correr para ali! Vai! - Chris tentava parar Kouki sem se mexer muito. Mas obviamente aquilo não correu muito bem.

- Deixa estar, Chris. Já estou acordada. - Limpo a baba do Kouki da minha cara e esfrego os olhos. - Quanto tempo passou?

- Uma hora e vinte minutos, mais ou menos. - Suspirei e estiquei-me o máximo que conseguia.

- Raios que aquilo soube mesmo bem. - Levantei-me e ajeitei a minha roupa. - Tu bem que avisaste que isto ia acontecer. - Ri meio embaraçada.

- E como sempre, não quiseste ouvir-me. - Ele levantou-se e encostou-me contra a árvore.

- Tive esperanças que podia ficar mais umas boas horas neste pequeno paraíso. - Abracei-o e puxei-o mais para perto de mim. - Agora se não querias ficar comigo, podias ter-me deixado e ir passear o Kouki.

- Até parece que fazia essa escolha.

Um leve sorriso antes do beijo longo. Era um cenário tão romântico, beijar à sombra de uma árvore grande num dia soalheiro como este. Mas por muito bela que era a vista, não queria saber dela quando tinha o Chris à minha frente. Mas ao que parece não podíamos ficar colados um ao outro assim tanto tempo. Kouki começou a empurrar-nos com a cabeça e obrigou-nos a parar.

- Maldito cão ciumento.

Os reclamos de Chris faziam-me rir e para piorar as coisas para ele, comecei a fazer festas ao Kouki que começou a rebolar no chão a pedir por mais festas. Eu claro que lhe dei mais, mas só irritei mais o Chris. Ele fez-me levantar e virar-me para ele. Nem tive tempo para pensar quando ele me beija. Aí eu rendi-me a ele completamente.

Criada de um MilionárioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora