A turma do playboy

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O almoço tinha sido servido e Lucas até se sentira sem jeito de sentar sobre uma mesa longa e cheia de comida de todo tipo, e de talheres para cada espécie de prato. Sua mãe como babá, alimentava Ana Clara na extremidade da mesa. Os empregados se retiraram da sala apôs terminarem de colocar a mesa e Lucas viu que não seria capaz de experimentar nem a metade de tudo que estava a sua frente.

— Por favor, Lucas, não queremos que mude seus hábitos por nossa extravagância, ok? — disse a senhora Maria Lurdes, sorrindo. — Sabemos que tem certa dificuldade de usar os talheres, por isso queremos que sinta-se como estivesse em sua casa e não sinta vergonha.

Lucas relaxou e pegou o garfo e uma faca, pelo menos isso ele sabia como manuseá-los bem, e começou a comer.

Ficou confortável a mesa com os senhores Odebrecht que conversavam diversos assuntos com ele, deixando o almoço equilibrado e descontraído para seu primeiro dia na mansão.

— E então com a cara e a coragem, eu subi em cima da árvore no quintal da casa dos pais de Maria Lurdes, e entrei sorrateiramente pela janela de seu quarto — contava o sr. Olavo uma velha e conhecida história de como eles namoravam a escondidas. — Até que o pai dela viu e me pegou no flagra, e pulei da janela esquecendo que tinha 5 metros de altura. Não sei como sobrevivi, mas que compensou, isso sim, compensou, tirando o fato de eu ter quebrado o braço.

Todos riram. Lucas percebeu que embora os senhores Odebrecht se vestissem tão elegantemente e tivesse uma conversa sofisticada, eles sabiam como se divertir contando histórias.

Depois do almoço, veio à sobremesa, e depois a retirada para a sala de estar. Melinda havia se retirado para arrumar Ana Clara, e Lucas pediu licença para andar pelo jardim.

Ele estava distraído andando pelo jardim bem cuidado da frente da mansão, cujo havia até uma fonte linda no centro e alguns bancos a sua volta, e sentou num deles, e começou a se ver no reflexo da água, mas sua atenção foi desviada para o barulho de motos, e ele se levantou observando um grupo de rapazes adentrando com suas motos potentes na garagem mais a frente.

Lucas viu que um deles estacionou a moto e desceu dela, tirando o capacete momento depois, e uma loira desceu da garupa, e o abraçou, beijando-o.

— Não vejo a hora de pular na piscina galera, que calor dos diabos está fazendo hoje! — um deles gritou, e os outros urraram comemorando. O rapaz loiro e forte desabraçou a loira e começou a andar com ela de mãos dadas para a porta da mansão, com os outros rapazes atrás, fazendo algazarras.

Lucas sentou enquanto eles passavam do outro lado sem haver percebido sua presença a alguns metros à frente. O sr. Olavo apareceu na porta, e os rapazes pararam e o loiro a frente o cumprimentou.

— Bom dia pai.

— Já é a terceira vez que não chega no horário do almoço David.

— Olá senhor Olavo, como está? — cumprimentou a loira sorridente para o pai de seu namorado.

— Estou bem Camila, por favor, peço que não usem o som alto dessa vez, os vizinhos reclamaram, estamos entendidos rapazes?

Os garotos concordaram educadamente.

— Quem é aquele? — indagou Felipe, um ruivo de jaqueta preta de couro, e jeans surrada nos joelhos e de botas.

O sr. Olavo seguiu o dedo de Felipe e informou.

— Aquele é Lucas, o filho da nossa babá.

David olhou para Lucas que desviou seu olhar para o chão ao notar que estava sendo observados por eles.

— E ele o que está fazendo aqui? — David perguntou.

— Ele vai passar as férias escolares aqui com a gente, já preparei o quarto de hospede ao lado do seu para ele ficar — respondeu o seu pai.

David fez cara de incrédulo.

— O senhor ta tirando onda né? — riu achando que era piada, mas seu pai permaneceu sério, e cruzou os braços. — Pai o senhor sabe que o quarto ao lado do meu são para meus amigos ficarem.

— Lamento, dessa vez seus amigos terão que ocupar outros quartos, isso não é o fim do mundo David — e se retirou.

David olhou furioso para Lucas, que não os encaravam dessa vez.

— Mas pode apostar que será o começo para esse pivete... — disse e virando para seus amigos complementou. — Não é mesmo amigos?

Todos olharam com cumplicidades, entendendo a mensagem de David, e concordaram com ele, sorrindo maliciosamente. 

O Filho da BabáWhere stories live. Discover now