Se o amor tiver lugar

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Lucas estava imóvel na mesma posição que Felipe o havia deixado, minutos depois de ter feito tudo que queria fazer. Os pensamentos de Lucas estavam desvairados, sentia horrível por dentro, querendo apenas desaparecer no mundo. Não imaginava que isso doeria mais que a dor física que estava sentido, alias, nada doía tanto que a decepção que estava sentindo. Felipe estava no seu banho e estava satisfeito por ter conseguido transar com Lucas, e o melhor estava por vir, quando tivesse a chance de provar a David que ele conseguira antes dele. Felipe sentia eufórico com os bons minutos de prazer obtido e como fora gostoso a relação com Lucas, que fora totalmente submisso a sua vontade... e lembrando disso sentiu excitado novamente, seu órgão endureceu e ele queria Lucas para satisfazê-lo.

Desligou as pressas a válvula do chuveiro e enrolou a toalha na cintura, cruzou a porta e se deu ao quarto. Foi descalço para a cama onde Lucas estava deitado virado o rosto para o lado, sem perceber sua chegada silenciosa. Tirou a toalha que cobria sua cintura e jogou no chão, e apoiando o joelho na cama, Lucas sentiu a sua presença, virando de lado encarando-o.

— Desculpe se assustei — Felipe se jogou ao seu lado, estava respingando água pelo seu corpo definido, ainda com os cabelos molhados. Lucas se ajeitou na cama, envergonhado evitando olhar para ele que estava nu, e que ficou confuso com seu jeito. — O que houve gatinho, está com vergonha de mim?

Lucas sentiu as bochechas corarem sem saber o que falar.

— É que vê-lo assim me deixa um pouco tímido, desculpe.

Felipe riu e passou a mão pelo cabelo de Lucas, afastando algumas mechas para trás de sua orelha.

— Não fique, você e eu somos íntimos agora, não deve sentir acanhado por me ver assim, eu quero você novamente gatinho — disse subindo por cima de Lucas, mas ele conseguiu sair de seus braços, rolando para fora da cama.

— Felipe eu preciso tomar banho agora — disse apressadamente, e Felipe insatisfeito com aquilo sentou na cama.

— Espero que não esteja querendo fugir de mim, pois eu fui bom para você, não fui?

Lucas ouviu e sentiu péssimo, ao olhar a decepção nos olhos dele.

— Desculpa Fê, eu só preciso ficar um pouco a sós, refletir tudo com calma o que houve entre a gente.

Felipe fez que entendeu, e forçou um sorriso.

— Eu entendo, desculpe se estou agindo como um patético ciumento, é que você me entregou seu amor, que agora quero prova-lo sempre... não quero que sinta-se usado, é que estou viciado em você.

As palavras de Felipe deixou Lucas sem reação, e ele sentiu a necessidade de sair dali antes que seu corpo não resistisse mais uma vez.

— Bem eu vou tomar meu banho agora, licença.

Felipe se levantou e abaixou para pegar sua toalha no chão, enrolando na cintura.

— Claro Lucas, tem toalhas limpas na primeira gaveta do armário e roupas que acho que vão lhe servirem na terceira gaveta, fique a vontade, vou à cozinha preparar uns lanches para gente, beleza?

Lucas sorriu agradecido.

— Muito obrigado Felipe.

Lucas entrou e fechou a porta do banheiro, respirando fundo, e querendo gritar e chorar até sentir aquela forte pressão no peito esvaziar. Felipe por mais selvagem que tivesse sido com ele, na cama, ainda despertara emoções fortes pelas palavras que dizia... não conseguia deixar de pensar nele, e se era possível sentir nele o que ele ainda sentia por David. Apertou forte os cabelos, puxando, sentindo confuso e sem saber o que fazer, estava apaixonado por quem afinal? A quem ele mais amava? Felipe ou David?

O Filho da BabáWo Geschichten leben. Entdecke jetzt