Face a face

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Lucas e o senhor Olavo Odebrecht estavam descendo o elevador, em silêncio. Era notável que eles queria evitar conversarem sobre o que aconteceu no apartamento de Felipe, mas a cada segundo que eles tentavam disfarçar um para o outro, aumentava mais o nervosismo em Lucas querendo por querer esclarecer algumas coisas pendentes.

— Eu e o Felipe ficamos.

Olavo que estava parado ao seu lado, mexeu o corpo num vai e vem sem sair do lugar, com as mãos para trás das costas, concordando num aceno de cabeça lentamente.

— Quando você diz "ficamos" é o que eu estou pensando?

Lucas esvaziou o ar preso do peito.

— Felipe e eu fomos pra cama — revelou, com coragem. Não poderia omitir esse importante acontecimento, mesmo que ele não tivesse nada haver com sua vida íntima, ainda assim precisava se livrar de qualquer culpa ou remorso que viesse a sentir.

O senhor Odebrecht suspirou, parecendo infeliz.

— Infelizmente nem tudo sai como queremos no fim das coisas.

Lucas olhou para ele.

— Eu gosto do Felipe senhor Olavo.

Olavo olhou de volta.

— Mas ama mesmo o meu filho.

— Pode ser que sim, talvez eu ache que amo, sei lá... mas acontece que David não me ama de verdade! — desabafou.

O elevador chegou ao térreo e a porta se abriu. Os dois saltaram no pátio da recepção do prédio, e caminharam para a portaria.

O motorista uniformizado estava ao lado do carro preto importado do senhor Odebrecht. Rapidamente ele abriu a porta da lateral para o seu patrão.

— Obrigado Dominique — agradeceu Olavo ao permitir que Lucas entrasse primeiro, e depois o seguiu, com o motorista fechando a porta atrás, e se dirigindo para entrar no carro e partir.

Já dentro do carro, Lucas e Olavo dividiam o mesmo banco, um ao lado do outro e seguiram viagem de volta.

No apartamento Felipe estava sentindo arrasado. Pudera mesmo, depois de perceber que aquele que ele mais brincou acabou conquistando seu coração. Sentira vontade de quebrar tudo a sua volta, mas se controlou. Lucas estava indo para seu amigo e rival, David, mas sabia que enquanto Camila estivesse no caminho deles Lucas não seria feliz de verdade e cabia dele agora decidir, se interferia ou deixaria como estava.

Na mansão David jantava com sua mãe, a babá e a irmãzinha. Não estava com muito apetite, de vez em quando se distraia com o garfo na macarronada, mas não queria leva-lo a boca. Sua mãe preocupada indagou.

— David, porque não quer comer?

Ele levantou o olhar insatisfeito para ela, e suspirou exaustivo, sem dizer nada. Estava num desânimo só, e sabia por que se sentia assim. Felipe e Lucas estavam juntos aquela hora, e suspeitava que o amigo tivesse tido êxito, na competição que os dois firmaram, para ver qual deles seria o primeiro a levar Lucas para cama.

David afastou o prato, e empurrou a cadeira para trás, ao se levantar.

— Peço licença estou sem apetite e vou descansar no meu quarto.

A babá sentiu pena dele, mas não tentou impedi-lo.

— Tudo bem filho, se estiver sentindo alguma coisa, por favor, nos avise está bem?

David olhou para ela, e respondeu.

— Não existe nada que a senhora pode resolver mãe.

Antes mesmo que a senhora Maria Lurdes pudesse argumentar, David ouviu a voz do seu pai atrás de si.

O Filho da BabáWhere stories live. Discover now