O Filho da Babá

O conselho da babá

David estava ligando para o celular de Felipe mais ele dava caixa postal a todo o momento, deixando-o nervoso. Descobrira que Lucas havia saído de casa, ido se encontrar com Felipe. O senhor Olavo Odebrecht também soubera disso por Melinda, alguns minutos depois que ele saiu e não quis interferir na decisão de Lucas, e resolveu sair.

Maria Lurdes percebera a agitação de seu filho, e interrogou-o.

— Filho porque está assim tão inquieto?

David guardou o celular e se rendeu no sofá.

— O Felipe não atende a droga do celular.

— E porque não liga na casa dele?

David procurou relaxar, e avaliou a sugestão da mãe, pegando o celular novamente, discando para o telefone fixo.

— Alô? — David escutou a voz grossa do pai de Felipe.

— Oi senhor Roger é o David aqui falando — respondeu. — O Felipe não atende o celular, ele está aí?

O senhor Roger era um corpulento de um homem de 1,87 de altura e de cabelos bem grisalhos, mas seu rosto era bem atraente para seus 48 anos.

— David, ele não está aqui, deve ter ido para o apartamento no centro.

— Eu entendo senhor, bem eu vou tentar entrar em contato com ele por aqui mesmo, obrigado, até mais.

David desligou sentindo uma sensação ruim e desconfortante.

— David o que irá fazer? — sua mãe que ainda estava de pé ao lado dele o viu se levantar de um jeito estranho.

— Vou atrás deles... — murmurou ele, saindo com passos pesados, deixando sua mãe preocupada.

O mordomo Alfredo teve que sair da frente quando David passou como se não enxergasse nada a sua frente.

Melinda descia as escadas com Ana Clara no colo quando David seguia para a porta com um comportamento rude, e sentiu uma ruim intuição.

— David? — ele ouviu e parou olhando para ela com um olhar furioso.

— O que a senhora quer? — perguntou num tom impaciente.

Melinda lhe aproximou.

— Desculpe por perguntar, mas eu gostaria de saber se o Lucas saiu de casa por sua causa?

David ficou olhando sério para ela, sem responder de imediato, mas depois de uma longa pausa ele deu de ombro.

— Não sei do que a senhora está falando.

Melinda suspirou, e Ana Clara olhava para o irmão com os seus olhinhos arregalados.

— David eu sou a mãe de Lucas, e conheço muito bem o meu filho, por favor, sei o que lhe passa na sua mente e muito mais no seu coração.

David ouvia atento e por um instante deixou seu olhar vacilar quando ela disse isso firmemente.

— Ainda não sei aonde a senhora quer chegar com essa conversa... eu não tenho tempo para isso, desculpe — ele pareceu se perturbar e ao virar para continuar saindo, ouviu a voz dela que o fez ficar imóvel novamente.

— Não machuque o Lucas David, ele está sofrendo demais, e se for para fazê-lo sofrer peço que o deixe em paz, por favor, eu só peço isso.

David sentiu seu corpo tremer.

— Eu... não quero que o Lucas sofra Melinda... — disse ele se virando para ela, com um olhar sensível e se aproximou e pegou sua irmã no colo. — A senhora pode acreditar... eu gosto do Lucas e quero o seu bem.

Melinda sorriu para ele, e com a mão acariciou o lado do rosto de David com ternura.

— Meu filho o ama, você deve ter percebido não é?

David sentiu diminuir com essa revelação.

— Eu... bem eu não sei dizer... ele não está aqui agora... — respondeu com um tom de desapontamento.

— Ele é apenas um garoto David, está confuso, ele está desesperado procurando entender o que está fazendo de errado, é normal isso, às vezes é errando que ele vai encontrar o caminho e a verdade que ele procura.

David a escutava com um olhar triste.

— Ele está com o Felipe, e o Felipe não o ama de verdade...

— E você o ama? — perguntou à senhora Melinda, agora tomando Ana Clara de seus braços.

David olhou para os próprios pés timidamente.

— Eu não sei... eu as vezes acho que sim, mas estou confuso...

— Enquanto você não decidir o Lucas vai continuar se perdendo, e quando você finalmente decidir poderá ser tarde demais — aconselhou ela.

David a olhou tenebrosamente, mas não disse nada, e a viu sair com a sua irmã que acenava tchau com a mãozinha para ele.