Diálogo

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Lucas decidiu ir até o quarto de David conversar com ele.

— Oi posso entrar?

— Sim pode.

— Obrigado David.

— O que você quer?

— Queria ver se você está bem.

— Eu estou sim, quem não deve estar é a Camila, não acha?

Lucas respirou. Fechando a porta.

— Sim, é verdade.

— Ela não é uma pessoa má.

— Eu só queria saber se você não desconfia de mim.

— Não Lucas, eu não acho que tenha sido você, na verdade eu não ache que alguém a trancou.

— Mas como pode ser?

— Sei lá, mas eu não acredito que alguém a tenha trancado, o meu pai não gosta dela, isso não é segredo de família, mas nem ele teria essa atitude infantil.

— Eu jamais poderia imaginar o senhor Olavo fazendo isso.

— Percebi que você e meu pai estão se dando muito bem.

— Ah isso? Bem, eu acho que ele está sendo gentil por saber que meus dias estão "contados" aqui com vocês.

— Não meu pai não é desse jeito Lucas.

— Desculpe se minha colocação soou ofensivo, não quis que interpretasse mal.

— Não me ofendi, só quis dizer que meu pai nunca havia se comportado assim com mais ninguém além de mim, nem meus amigos ele se interessa em dar atenção, mas a você, ele só falta te carregar no colo e por para dormir, entende?

— Nossa não achei que fosse tudo isso, mas espero que isso não lhe cause nenhum descontentamento.

— O que achou que eu sentiria? Ciúme por meu pai estar se dando bem com você?

— Não não David, eu só... nossa isso ta ficando difícil.

— Desculpe se estou falando desse jeito, eu só queria saber porque...

— Porque o quê David?

— Porque ele está tão envolvido a você assim.

— Eu não faço ideia David, mas acho que ele percebeu que eu não teria mais ninguém para conversar e passar o tempo e quis emprestar sua atenção e seu tempo para que eu não me sentisse solitário, algo assim.

— Eu já lhe disse que meu pai não faz esse tipo.

— Então me diz você o que acha que pode ser então?

— Meu pai é um homem reservado, calculista, ele não conseguiria fazer algo por caridade, entende?

— Na verdade eu não entendo, quer me explicar melhor?

— Ele só perde tempo em algo que ele realmente interessa, deve ter algo em você que despertou nele a curiosidade e o interesse, para que ele ficasse interessado em você.

— Nossa... isso é tão estranho e confuso, o que eu teria de especial para atrair a atenção dele assim?

— Não sei, não vejo nada de especial em você que possa atrair a atenção de meu pai, alias, você é apenas o filho da babá.

— Uau, obrigado pela avaliação pessoal.

— Não quis te ofender Lucas, só disse pelo ponto de vista crítica, alias, você é um cara legal, eu...

— Iria dizer mais alguma coisa David?

— Não, apenas isso mesmo.

— Ok, vou me retirar e espero que a gente fique bem.

— Espero também Lucas.

Lucas abriu e  fechou a porta. 

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora