A distração

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— Então pode trazer ela ainda hoje? — perguntou David a seu amigo Hélio, planejando uma pegadinha que Lucas, o filho da babá jamais iria esquecer. Hélio confirmou rindo.

— Posso sim, será um susto que vai ficar na história — ele disse. — Felipe você vem comigo?

— Claro, vamos nessa — e eles saíram para buscar Semíramis, a jiboia de estimação de Hélio.

Paulo e Gabriel estavam no quarto ao lado, enquanto Camila estava na sacada vigiando.

— Ele ainda continua sentado no banco, mal sabe o que espera — comentou Camila quando sentiu-se abraçada por David por trás, e beijada na nuca.

— Será divertido.

— Eu não acho certo seu pai dar tanta liberdade assim para os empregados, sabe — comentou-a, se virando e abraçando David.

David deu de ombro.

— Meu pai confia demais nos seus empregados, e para ser franco, eu até gosto de alguns.

Camila o desdenhou, rindo.

— Não devemos dar tanta confiança assim, alias, eles estão a nosso serviço para nos servirem, nada mais que isso.

— Vamos deixar esse assunto para lá, ok? — David se soltou dela, e foi para a cama, se deitando de barriga pra cima.

— Desculpe se falei algo que se ofendeu, gatinho — Camila disse se aproximando dele.

— Tudo bem, esquece isso e fique de olho no garoto, não queremos que ele descubra o que nossos amigos estão fazendo no quarto dele.

— Eu vigiei bastante — espreguiçou Camila. — Hora de revezarmos.

David suspirou e levantou, ficando no lugar dela, e quando espiou para baixo, não viu mais o garoto sentado no banco.

— Droga... — ele murmurou e saiu do quarto apressado, correndo pelo corredor e quase deu de frente no garoto que subia as escadas. Lucas esquivou para o lado, assustado com a aparição repentina do rapaz.

— Desculpe, eu não o vi vindo... — disse Lucas timidamente, sem encará-lo, olhando para os pés, e querendo continuar seguindo para o seu quarto, mais David estava no seu caminho.

— Ah, tudo bem, não se preocupe — disse David para o distraí-lo. — Como você se chama?

Lucas mordeu os lábios, envergonhado e forçou a encará-lo de modo gentil.

— Eu me chamo Lucas, sou o filho da Melinda, a babá da sua irmã.

— Sim meu pai havia dito isso — disse David. — E você já viu a nossa piscina?

Lucas balançou a cabeça negativamente.

— Ainda não vi.

— Não gostaria que eu a mostrasse? — David queria ganhar tempo para seus amigos não serem pegos em fragrante.

— Talvez mais tarde, é que eu queria deitar um pouco agora — disse Lucas, tentando não parecer ingrato, e tentou desviar dele que estava no seu caminho, mais David o segura pelo braço, e isso causa uma certa estranheza em Lucas que o olha sem entende-lo.

— Desculpe, é que eu não vou ficar muito tempo aqui, vou sair com meus amigos, e gostaria que fosse agora, pode ser? — e o soltou gentilmente, sorrindo.

Lucas sorriu.

— Tudo bem então.

E Camila da porta do quarto de David o viu se afastando, e olhando por cima do ombro pediu em leitura labial que pedisse que seus amigos se apressassem, e ela fazendo sinal de entendido adentrou no quarto de Lucas, e apressou seus amigos.

— Andem logo o garoto quase entrou, sorte que David conseguiu distraí-lo e está agora com ele indo passear por aí.

Paulo riu, estava terminando de ajustar o programa no computador.

— Quem deveria estar preocupada é você Camila.

Ela ficou confusa.

— Porque eu?

Gabriel riu entendendo a piada.

— Vai que o pivete acaba seduzindo o David? — comentou. — Se viu como ele é? Um filezinho, e o David não perdoaria hem.

Camila ficou ofendida com a piada.

— Vai à merda Paulo, se você come viado, isso não quer dizer que meu namorado também come, entendeu? — e se virou para sair. — E vê se termina logo essa porra, estou de saco cheio já.

Gabriel remendou-a quando furiosa saiu, fazendo Paulo gargalhar ainda mais.

— Não sei por que o David insiste em convidá-la para os nossos roles de moto, ela é tão chata — observou Paulo, de olhos na tela do computador.

Gabriel deu de ombros.

— Talvez porque ela não o deixa em paz achando que nós estamos levando-o pelo mau caminho.

— David parece que vai casar com ela, eu seria doido namorar tão a sério assim.

— Ele precisa se divertir mais, tem tantas outras garotas por aí — disse Gabriel.

— Pronto, já terminei o programa, podemos controlar a webcam do notebook a hora que quisermos.

Gabriel e Paulo saíram do quarto discretamente, satisfeitos.


O Filho da BabáWhere stories live. Discover now