Felipe e David

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Lucas retornou para a mansão, enquanto sua mãe e o senhor Olavo ficaram na cidade para resolverem algumas pendências sobre a casa onde Lucas morava com seu pai.

O fim da tarde se aproximava, e Felipe ainda estava na mansão. A senhora Maria Lurdes levou a filhinha para a cama. David estava estirado no sofá.

— Será que o Lucas está bem, digo, ele subiu para o quarto sozinho, talvez esteja querendo um ombro amigo nessa hora — comentou Felipe.

David insatisfeito respondeu.

— Às vezes ficar sozinho é melhor, vamos dar um tempo a ele, beleza?

Felipe levantou.

— Não consigo ficar aqui parado, David, vou ver se ele precisa de companhia, se não precisar vou embora descansar — disse, e subiu as escadas, contrariando David.

Lucas estava deitado em sua cama, de barriga para cima, olhando o teto. Escutou uma batida na porta.

— Entre.

Felipe apareceu numa fresta aberta. Lucas não olhou para ver quem era.

— Oi Lucas, sou eu, Felipe — anunciou e adentrou. — Vim ver como está, se precisa de companhia, eu fiquei preocupado, não consigo ficar sentado sabendo que você está triste.

Lucas continuava fitando o teto, mas respondeu.

— Eu estou bem, melhor dizendo, estou suportando na medida do possível.

Felipe puxou uma cadeira e sentou, ficando de frente para Lucas.

— Sabe Lucas, estive pensando... você disse que ficará aqui, morando nessa casa, mas eu estava pensando se você, sei lá, talvez quisesse passar alguns dias morando na minha também, só por uns dias, ia adorar ter companhia a noite, sabe, é ruim ser sozinho e não ter com quem conversar.

Lucas desviou seu olhar do teto de gesso, e o fitou de lado.

— Mas você tem seus amigos, e se fica sozinho é porque quer Felipe.

Felipe ouviu atenciosamente a resposta de Lucas, analisando se ele estava querendo dizer algo mais naquelas palavras e riu discreto.

— Mas meus amigos tem suas casas, e tem dias que eu quero apenas ficar em casa, assistindo um filme, ou jogando vídeo game, essas coisas entende, e se você aceitar posso agendar dias e noites de vários programas para fazer, vai se divertir muito, prometo.

Lucas sentou na cama, olhando bem para ele, e decidiu.

— Bem, vou pensar sobre isso, então.

Felipe ficou animadamente surpreso.

— Jura? Nossa, assim vou até embora mais contente!

Lucas riu com sua reação. Felipe se levantou e caminhou até a ele, apoiando um joelho no colchão e seus braços alcançou Lucas num abraço.

— Felipe eu agradeço por ter ido ao velório do meu pai — ele correspondeu o seu abraço.

— Não deixaria você passar por isso sozinho Lucas, jamais — sussurrou, e aproveitou e beijou seu pescoço suavemente, e ia aproveitando da situação, até sentir que Lucas estava querendo se afastar.

— Bem... eu agora quero ficar sozinho, Felipe.

Eles se desabraçaram.

— Tudo bem Lucas, eu quero que pense com carinho o meu pedido, acho que mereço essa chance também — disse e piscou para ele. — Durma bem Lucas, amanhã posso vir te ver?

O Filho da BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora