O Filho da Babá

A festa

Lucas ficara surpreso com a revelação do senhor Olavo Odebrecht, e não precisava perguntar mais nada para saber que ele aceitava-o, e que não teria preconceito algum dele e David ficarem juntos, se isso acontecesse algum dia.

— Você está falando sério? — os olhos de Lucas chegaram a brilharem.

— Claro que sim, se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim mesmo e nunca me preocupei em ter um filho gay, desde que ele seja honesto em relação com seus sentimentos, vou sempre estar com ele, e agora, com vocês dois — confessou.

Lucas queria beijá-lo de tanto feliz que estava, mas se conteve.

— Eu nem sei o que dizer...você tem sido tão maravilhoso para mim que eu acho que vou acordar a qualquer momento e ver que tudo foi apenas um sonho.

Olavo riu, fazendo um carinho no cabelo de Lucas, e duas senhoras passaram no exato momento flagrando a manifestação de afeto pelos dois, e viraram os rostos indignadas, apressando seus passos.

O senhor Olavo acompanhou seu olhar para as duas e cochichou para Lucas num tom humorado.

— Essas aí a gente risca fora da nossa agenda de compromisso — comentou e Lucas riu, não se importando para o que aquelas duas senhoras pensasse dele, agora ele tinha um motivo para acreditar que poderia conseguir ser feliz, mesmo com as barreiras em seu caminho.

David e Camila tentavam manter um consenso no seu diálogo, depois que fizeram o café da manhã quase atirando as xicaras um no outro.

— Por favor, será que pode esquecer daquela vez, isso faz tanto tempo, porque relembrar agora? — David pedia para Camila que mexera no passado deles, trazendo à frente um deslize cometido por ele.

Camila estava ainda bastante nervosa.

— Queria que você tivesse no meu lugar para saber como é ruim ter que remoer essas lembranças, e para piorar, sou trocada nos sonhos do meu namorado por um fedelho!

David explodiu de raiva.

— CALA BOUCA SUA GROSSA! — Camila se encolheu horrorizada. — JÁ ESTOU CANSADO DE VOCÊ AGINDO DESSA FORMA, SERÁ QUE NÃO PODE AO MENOS UM MINUTO DEIXAR DE SER MESQUINHA E SE COMPORTAR COM UMA GAROTA DECENTE?

Camila lascou uma bofetada forte no rosto de David.

— Não fale comigo como se eu fosse uma vadia dessas que você pega na esquina seu estúpido! — contra atacou ela, e David virou o rosto para ela, com a mão sob a face atingida.

— Saia da minha casa.

— Está me expulsando? — ela ficou indignada, quando esperava um pedido de desculpa dele, ao invés de ser enxotada por ele.

— Eu só quero que vá embora, não foi bastante claro para você?

Camila engoliu o choro, e aguentou firme antes de virar-se para sair da mansão, querendo gritar com a primeira pessoa que aparecesse na sua frente.

Na cozinha, as empregadas que ouvira a discussão do começo ao fim do casal fofocavam enquanto descascavam alguns legumes para preparar no almoço daquela tarde.

— Nossa o pau quebrou dessa vez, eu nunca vi o jovem David perder o controle assim — a cozinheira Sonia dizia, para a empregada Antônia que viera para ajuda-la e claro, ficar mais próximo para ouvir a discussão.

— Eu só acho que o David fez muito mal em ter gritado com ela daquela forma — retrucou despejando as batatas picadas numa grande panela.

Sonia olhou estarrecida para ela.