Vizinhança perigosa

36 2 0
                                    



Ele entra no condomínio com casas padronizadas. Estaciona em frente à casa. Abre o trinco do portão de grades, baixo como o muro que separa a rua do pequeno jardim . Sobe os dois degraus para varanda e, quando está prestes a colocar a chave na porta, ouve barulhos dentro da casa. Parecem vozes. Ele congela. O que fazer? Chamar a polícia! Lembrou-se então que na esquina havia uma viatura parada. Sai pé ante pé para não ser notado. Ao sair, não bate o portão, apenas o encosta cuidadosamente para não fazer barulho. Volta com dois policiais. Os três entram. Os policiais pedem que ele fique afastado. Um deles grita:

- Quem estiver no interior da casa saia e identifique-se!

Os sons param por alguns segundos. Ouvem-se passos até a porta e a pergunta:

- Quem está aí?

- É a polícia.

A maçaneta faz um som, anunciando que a porta se abrirá. Os policiais apontam as armas. A porta se abre e surge um homem pálido de pijamas que ao ver armas apontadas contra ele, imediatamente, levanta as mãos. Ele pergunta assustado e com a voz trêmula:

O que vocês querem na minha casa?

- Sua casa? – perguntam os policiais que já abaixavam as armas, ao verem que o homem estava desarmado e parecia inofensivo.

Os olhares se voltam para o denunciante. Que responde:

- Ele está mentindo!

No entanto o homem de pijamas parece reconhecê-lo:

- Você não é o meu vizinho aqui do lado?

Percebendo a besteira que tinha feito, mas sem dar o braço a torcer, ele arremata:

- Ok, seu malandro, vou entrar na casa do lado, mas se estiver faltando algo, a polícia já sabe onde procurar!


Garrafa de  náufragoWhere stories live. Discover now