Capítulo 26°

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      Melinda Narrando:

Eu estava sentada no chão da varanda vendo o nascer do Sol, passei a noite em claro chorando e me xingando dos piores nomes possíveis. Meus olhos estão inchados e doloridos de tanto chorar, meu tá nariz entupido, não consigo comer nada até Maria veio me oferece algo para comer mas neguei.

Não sei se fiz a coisa certa de ter jogado tudo o que sentia na cara dos meus pais, mas Eu não estava mais aguentando aquela angústia no meu peito e sem contar no peso que Eu tinha na consciência.

O que me dói mais é que mesmo ter falado tudo para os meus Pais, a culpa e o medo me acompanha sempre, me atormentando. Não dar para esquecer, eu tento, tento… Mas é impossível, agora todas as minhas chances de ter um relacionamento normal com a minha família, foi para o espaço.

O alarme do meu celular toca e vou até a minha cama se a rastejando pelo o chão, desligo o alarme e vejo que são Seis horas da manhã, respiro fundo e tomo coragem para ir no banheiro e tomar banho. Me levanto e vou em passos lentos, me olho no espelho e vejo que estou péssima, meu rosto completamente inchado e meus olhos cheios de olheiras, meus cabelos estavam desgrenhados e meus lábios rachados.

Tiro as minhas roupas e entro no box, liguei o chuveiro e sinto aquela água fria entrar em contato com o meu corpo. Fico uns minutos parada e as lembranças da briga vem na minha mente, eu tento chorar mas não tinha mais lágrimas para expôr a minha tristeza.

Depois do banho Eu escovei os meus dentes e me enrolei na toalha, fui para o closet e pego uma lingerie, uma calça jeans preta e uma blusa de mangas longas também preta, ela deixava os meus ombros nus assim não iria fazer muito calor. Penteie os cabelos e faço um rabo de cavalo nos mesmos, calço os meus tênis e pego o meu celular.

Sair do meu quarto e fecha a porta atrás de mim, olho para o lado e vejo a porta do quarto dos meus pais respiro fundo e desço as escadas. Olho para a cozinha e vejo que Maria não tinha acordado ainda, coloco ração para Ralph e abro a porta do Jardim, caso ele queira fazer as suas necessidades.

Peguei o meu skate e sair de casa praticamente sem rumo, não tinha ninguém na rua por ser sábado e também por ser cedo demais. Caminho calmamente e vejo alguns meninos na entrada do morro, baixo a minha cabeça a passo por eles, ao sair da Maré um sentir mais aliviada é como se toda aquela culpa e medo ficasse lá.

Puxei o máximo de ar que conseguir e depois soltei fechando os meus olhos, subir em cima do meu skate e sair sem rumo. Por onde eu passava as lembranças da minha infância me acompanhava, mas não as ruins e sim as boas, aquelas que Eu gosto de lembrar e ficar sorrindo sozinha pro vento.

Vou direto para a Praia de Copacabana, ao chegar sinto aquele vento frio bater no meu rosto, sorrir fraco e vou para a Orla me sentando na areia branca. Fico olhando para o Mar e para o Sol que já estava bem acordado, ouço o som das ondas e fecho os meus olhos finalmente me sentindo em Paz. Sem brigas, sem a pressão dos meus Pais ou a falta de atenção deles, sem tristeza, nem medo e nem Culpa… Ali Eu poderia ter a paz que tanto quis, sinto as minhas lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto.

—Só você consegui me fazer chorar de alegria… -Falo olhando para o Mar.

Fiquei ali sem ter a noção do tempo, olho ao redor e já vejo algumas pessoas fazendo caminhada no calçadão e algumas já tomando um banho de Mar. Pego o meu celular e vejo que são Oito e Meia, me levanto e pego o meu companheiro saindo dalí, a fome bateu e Eu não tinha dinheiro para comprar algo para comer, mas sabia alguém que me daria tudo o que queria.

Subir no skate e sair subindo a rua, nunca me sentir tão leve depois do meu momento com o Mar. Depois de uns Trinta minutos andando de skate Eu finalmente chego no condomínio, falo com o segurança e o mesmo deixa eu entrar pois ele já me conhecia, vou andando e olhando aquelas mansões enormes e chiques, logo chego ao me destino e aperto a campainha.

Meu Pai é Um Traficante |||Where stories live. Discover now