Dawn || Luke Hemmings

Destiny is a bitch

Dawn

A amizade com Luke é algo que testa seus limites.

Eu sei que estou na margem da sanidade quando percebo que Andrew Hemmings está falando comigo há uma hora e eu não faço a mínima ideia do rumo que a conversa tomou. Aparentemente, parte de mim continua respondendo o homem e assegurando que minha carreira de escritora siga em frente. Entretanto, a parte consciente que eu habito agora, ainda está presa na cozinha, olhando para Luke e minha mãe e decidindo em quem confiar.

Eu tenho minha mãe, a pessoa que esteve comigo em todos os momentos da minha vida e cuidou de mim sem pestanejar. E então eu tenho Luke e não há muitas coisas a se dizer sobre ele. Está claro que ele tem meu coração. 

Entre Luke e minha mãe e tantas escolhas, há Ashton, que está disposto a lidar comigo de uma maneira nova. Nos odiávamos anos atrás mas parece que as coisas são diferentes agora, uma vez que eu não consigo manter meus olhar longe dos lábios dele toda vez em que o garoto aparece. 

Há Luke, minha mãe, Ashton e, no momento, há Andrew, que despeja informações sobre a publicação do meu original e eu anoto tudo mentalmente para consultar depois, com calma, quando minha cabeça parar de girar com tantas escolhas.

É claro que eu me sinto impulsionada a escolher Luke, não importa o que aconteça. É o que eu faria alguns anos atrás e nem pensaria em outras alternativas, mas agora eu tenho um coração partido na bagagem e anos de solidão.

Luke representa riscos. 

Não que Ashton seja uma constante perfeita e que nunca vá me decepcionar, mas ele é a experiência nova, enquanto Luke é algo que eu sempre quis mas nunca pude ter. 

Nenhum dos dois fez uma proposta que dure a minha vida toda. Romances atualmente são tão eternos quanto uma chuva de verão. Nenhum dos dois me dá a garantia de nada, mas, vejamos bem, estou dentro da sala da editora de Andrew, discutindo a publicação de um romance com final feliz que eu escrevi. 

Se eu não acreditasse em finais feliz e reconciliações, eu não teria um impasse. Se eu não acreditasse em casais impossíveis, eu não escreveria sobre eles, mas é quem eu sou.

Eu sou a garota sentada em uma poltrona acolchoada e deveria estar prestando atenção na maior oportunidade da minha vida, mas os olhos azuis de Andrew não param de me levar de volta aos olhos azuis de Luke na noite passada.

E as possibilidades.

E os lábios de Luke que roçaram os meus e me fizeram acreditar que nos beijaríamos em seguida, mas tomamos um caminho diferente. Nossos lábios roçaram e, depois, não nos tocamos romanticamente. Depois de tudo, éramos nós dois ouvindo uma música que diz muito sobre o que aconteceu conosco. 

Luke e eu aprendemos muito noite passada, o suficiente para nos livrarmos dos nossos problemas anteriores. 

Eu aprendi o suficiente sobre Luke para esquecer todo o sentimento de abandono que ele me proporcionou. E, se eu não tenho mais nenhuma mágoa sobre o que ele me fez, não resta escolha a ser feita. 

É Luke, para sempre. 

Eternamente, até essa manhã, quando minha mãe estava disposta a me fazer enxergar com seus olhos cristalinos e sua própria verdade. Minha mãe sabe que Luke representa muitos riscos e sabe que eu não sou de correr riscos. 

Ashton e Luke representam riscos. 

Por quem vale a pena viver algo assim? 

— Dawn.

Pisco algumas vezes e os olhos azuis de Andrew voltam a ser apenas os olhos azuis de Andrew, sem vestígios do seu filho. 

— Sim?

— Agora que já viu a capa, podemos resolver sobre a publicação nacional. 

Olho para o papel plastificado em minhas mãos, mesmo sem ter ciência de como isso veio parar aqui. Observo que é uma amostra do que é a capa do meu livro. Tons de rosa e laranja inundam minha vista.

É lindo.

— O lançamento nacional vai acontecer em duas semanas — Olivia, a responsável pela capa, informa. 

Duas semanas? Eu achei que o lançamento do meu livro seria simultâneo, tanto aqui quanto na América e Europa. 

— Estamos fazendo um lançamento antecipado?

— Sim— Andrew balança a cabeça.— Decidimos que seria melhor lançar nacionalmente e ver a resposta do público ao lançamento, por isso temos duas semanas de divulgação intensa pela frente. 

Pisco algumas vezes, tentando me concentrar na quantidade de informações que são despejadas em mim. 

— Precisamos cuidar da sua imagem como representação da  H Publishing. Você é nossa grande aposta do ano.

Sem pressão, Dawn. Sem qualquer pressão. 

Eu sou apenas a garota que pode levantar milhares de dólares ou fazer com que todos os que já foram gastos sejam um desperdício. 

— Cuidar da minha imagem — repito.

— Sim. Você precisa usar suas redes sociais pessoas como um mecanismo de trabalho daqui em diante — Olivia explica. — Estará sob monitoramento da editora. Se postar ou se envolver em qualquer coisa que não seja adequada à sua imagem pública, pode se tornar um problema para o seu livro.

— Monitoramento virtual está no seu contrato de publicação — Andrew informa.

É claro que está, mas não é relevante. O x da questão é que eles sabem que estão andando em corda bamba comigo ultimamente, porque meu nome ocupa páginas de sites de fofocas, sempre relacionado ao de Luke e sua banda. 

Luke representa riscos.

— Bom, se você receber algum feedback negativo, responda com o silêncio — o homem continua.— Se falarem sobre você e Luke, ignore, de qualquer maneira, não importa se estão a favor ou contra você. Daqui em diante você só responde a comentários que não te envolvem em encrenca ou não criam boatos. O resto deve ser ignorado.

Eu balanço a cabeça. Preciso me manter limpa daqui em diante.

— Ok, parece que temos tudo resolvido. Manteremos contato e faremos outra reunião nessas duas semanas — Andrew nos dispensa.

Olivia deixa a sala primeiro que eu, o que dá tempo a Andrew de me olhar discretamente, o que significa que devo ficar.

— Sim?

— Dawn, tome cuidado — ele pede. — Sei que isso tudo é muito importante para você, então tome cuidado com Luke.

Ver o homem pedindo para que eu tome cuidado com o próprio filho é um pouco confuso. Será que Andrew está bem? Não é a mesma postura de uma semana atrás.

— Vou tomar — asseguro.

É, promessas. Quando deixo a sala, eu realmente estou disposta a ser cautelosa quando se trata das minhas relações com os garotos do 5 Seconds of Summer, mas sabe como é.

O destino é uma vadia.