Dawn || Luke Hemmings

Tempestade

Dawn

Meus pulsos doem, mesmo, mas eu sou obrigada a sorrir quando mais alguém faz uma piada sobre eu ter que me acostumar com os autógrafos, porque um dia serei mundialmente famosa e terei que lidar com aquilo todos os dias.

Não, talvez meu pulso nem doa tanto em comparação às minhas bochechas. Eu acho que é impossível parar de sorrir agora, porque já o fiz demais e meu rosto está congelado nesta posição.

Não que eu queira parar de sorrir. Eu estou muito feliz.

— Um brinde à Dawn! — Calum surge com uma taça de vinho e arranca gargalhadas de todos. Virou uma piada fazer brindes nesta noite, então eventualmente alguém surge nos momentos mais aleatórios e propõe um brinde a mim.

Depois da tarde de lançamento, decidimos fazer uma comemoração e Andrew ofereceu sua casa, provavelmente por ser mais espaçosa que a minha. Minha equipe, eu e os garotos da banda nos acomodamos na sala de estar de Andrew Hemmings.

Ben e Jack também estão aqui hoje e ficaram muito constrangidos ao chegarem e descobrirem que a data acabou não sendo comum. Eles se desculparam por não estarem no evento, mas Ben e sua esposa passaram incontáveis minutos conversando comigo sobre minha vida, aparentemente muito felizes por me verem com Luke.

No entanto, nem todos parecem tão felizes. Minha mãe veio conosco até aqui e, desde que chegamos, parece tão descontente com a presença de Luke ao meu lado quanto uma pessoa é capaz de estar. A única coisa que me tranquiliza é saber que ela não pode discutir o assunto bem na casa dele, como fez conosco no café da manhã certa vez.

— Bom ver você de novo! — Jack me alcança quando estou em um dos cantos da sala, tentando conseguir mais cerveja. — Não vejo você faz tempo, vejo que fez as pazes com Luke.

— Acho que sim — olho para Luke, que está conversando com Sonya em um dos sofás.

— Sinto muito por ter ficado com o irmão menos bonito — ele brinca, com uma falsa expressão de tristeza.

— Se eu fosse você, não diria isso sobre Luke. Daqui a uns anos serão idênticos como gêmeos — alerto-o.

De fato, o sorriso de Jack é tão idêntico ao de Luke que me deixava encantada quando éramos mais novos. Ele nunca foi uma membro participativo do nosso grupo de amigos, mas sempre que estava conosco me fazia pensar que era o garoto mais bonito que eu iria conhecer. Talvez eu só estivesse mascarando de alguma forma minha atração por Luke.

— Ele precisa ter muita sorte para um dia se parecer comigo — ele pisca.

Andrew se aproxima com uma bandeja com aperitivos pela metade.

— Você quer um? Quando compramos no mercado disseram que eram deliciosos, mas ainda não tive tempo de comer.

Puxo a bandeja de suas mãos e balanço a cabeça.

— Não vai ficar servindo por aí a noite toda. Vai se divertir.

— Você é quem não vai fazer isso. É sua noite — ele retruca.

— Apenas por um tempo. Depois Jack pode me substituir — sorrio para eles antes de me afastar.

Ofereço o restante dos aperitivos para as pessoas na sala, mas já estamos aqui há algum tempo e todos estão satisfeitos e meio bêbados com a quantidade de vinho e cerveja. A alegria embriagada de todos me faz ter que ouvir alguns comentários brincalhões demais.

Quando a bandeja que seguro esvazia, vou até a cozinha para deixa-la. Encontro minha mãe e Liz conversando baixinho e não sou capaz de ouvir uma palavra sequer. Elas me encaram assim que percebem minha presença e Liz abre um sorriso.