The Nightmare After Christmas

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— Olá! — Arzaylea sorri.

— Olá — respondo com menos entusiasmo.

Ela está usando o telefone de Luke como se tivesse propriedade para isso. E não parece ameaçada, como quem atende uma chamada da namorada de um cara.

Porque eu não sou a namorada dele.

— Feliz Natal.

— Onde está Luke? — ignoro as boas maneiras.

Ela ri e revira os olhos, como se fosse uma piada que não tem tempo para contar agora.

— Por aí. A última vez que o vi estava com Michael, mas ele disse que voltaria para ficar comigo em alguns minutos — ela explica.

Ele disse que voltaria para ficar com ela. Meu cérebro parece funcionar lentamente, e meu coração pulsa tão rápido que parece subir pela garganta.

— É uma festa? — questiono.

— De Natal — ela concorda, mas não está olhando para mim.

— Quero o endereço.

— O quê?

— Passa a merda do endereço — exijo.

— Não posso...

— Eu sou a namorada do Luke. Ou você passa o endereço, ou me deixa falar com ele — sei que a irritação está tomando conta de mim, mas não posso impedir isso agora.

Estou cansada e em outro país. Além disso, não é a cidade onde pretendo morar. Em Los Angeles tudo que eu tenho é Luke.

— Ele não me disse que tinha uma namorada — ela resmunga, mas uma mensagem do número de Luke chega no meu telefone.

Porque ele não tem uma namorada. Ele nunca disse que tinha uma namorada, e eu nunca disse a ele que namorávamos, mas eu esperava algo além disso depois de aceitar morar com ele. Esperava algo além de ir para outro país no Natal e terminar falando com uma garota bonita que diz que o meu suposto namorado está numa festa com ela.

Desligo a chamada no meio de uma frase inacabada de Arzaylea e me apresso para fora do quarto do hotel. Queria ter tempo de secar o cabelo, ou de me vestir adequadamente para uma festa, mas o sangue subiu para meus olhos e os pensamentos estão entortando minha mente. Enquanto chamo um Uber, a ideia de que longe do wifi do hotel o meu telefone não funcionará mais me atrasa.

Fora do hotel, passo em uma banca e compro o chip provisório mais barato que posso, sentindo-me irresponsável por não pensar em coisas como operadoras e serviços telefônicos. Então, volto ao hotel e encontro o meu Uber.

— Pode me dizer onde vamos? — ele pergunta.

— Não sou daqui — balanço a cabeça e espero que meu sotaque explique tudo. Sei tanto quanto o mapa e ele.

Passo minutos no carro, enquanto o motorista faz comentários rápidos sobre a cidade. As luzes de fora do carro brilham forte demais, e parece que o espírito natalino está em todos os cantos. Não levamos isso tão a sério em Sydney quanto aqui pelo visto.

Observo que há mais pessoas nas ruas do que eu esperava para o dia 25 de dezembro, e que faz mais frio do que eu esperava para a cidade. Não estou preparada de maneira alguma para sair e ir confrontar Luke, mas percebo que não há como voltar atrás quando o motorista estaciona próximo a um endereço.

É uma casa grande e com um gramado na frente. Há luzes acesas na parte interna, mas não consigo ver silhuetas a essa distância.

— Não costumo pegar muitas corridas para cá — o motorista comenta: — É um bairro muito nobre. A polícia para muitos carros por aqui, para manter a segurança, sabe... Então, se você puder...

Dawn || Luke HemmingsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora