Dawn || Luke Hemmings

Uma Vida Toda

Dawn

Prendo a respiração quando penso estar consciente, mas não abro os olhos, porque a dor de cabeça me atinge com força, e a minha ressaca moral traz tudo à tona. Pensei ter bebido o suficiente para esquecer os pormenores da noite anterior, mas percebo que está tudo ali, e vivo novamente como se estivesse assistindo um filme em 3D, tudo antes de abrir os olhos.

Não faço ideia de como chegamos em casa, mas não voltamos com o motorista e eu tampouco conhecia aquele carro. E aquela não era minha casa, era a casa alugada dos garotos, que ainda estavam naquele maldito clube, onde Luke devia estar com a língua na garganta de Arzaylea.

Caminho atrás de Ashton, parte de mim pensando que ele tem uma bunda interessante, e outra parte num cabo de guerra acirrado entre ser justa ou usá-lo, como ele havia autorizado.

Justiça não é meu forte.

Depois daquele corredor que só vislumbrei algumas vezes, há algumas portas que provavelmente são os quartos dos garotos, mas Ashton me leva até o final do corredor e entramos na porta ali.

Tento absorver o quarto do Ashton, mesmo com a visão turva. Não é nada pessoa. É uma casa alugada e não se parece com o antigo quarto do Ashton, na casa dele de anos atrás. Aquele era descolado e esse é... bem, esse é apenas um quarto.

— Dawn, eu concordei que faça o que quiser, mas não quero que se arrependa amanhã — Ashton diz enquanto tranca a porta.

Eu jogo-me em sua cama e puxo a blusa pelo pescoço. Depois tiro minha saia e todo o restante da roupa, ignorando as bochechas cada vez mais vermelhas de Ashton. Assisto-o fazer o mesmo com uma pressa feroz e, no fim das contas, ele está sobre mim na cama.

E eu sobre ele.

Ashton está em todos os lugares, o suficiente para que eu esqueça seja lá o que não devia lembrar.

E então...

Abro os olhos, expulsando a lembrança com a claridade do quarto. Giro o corpo sobre a cama e descubro-me dentro do abraço de Ashton.

E os olhos cor de avelã dele investigando o meu rosto.

— Bom dia — ele arrisca, a voz rouca depois da noite de sono.

— Bom dia — respondo.

Sinto-me melada. O sol já não invade mais a janela, o que significa que devemos estar próximos do meio dia, e está quente o suficiente para fazer o meu corpo grudar no de Ashton, principalmente com nossa ausência de roupas.

— Acho que precisamos falar antes de sair daqui — sugiro.

— É uma boa ideia — ele sorri para mim.

Envolvo seu pescoço com meus braços, tomada pela necessidade de fazer tudo novamente, mas Ashton desvia os lábios do meu beijo.

— Dawn, foi diferente ontem a noite. Você não quer fazer isso agora.

— E por que não?

— Porque nós dois sabemos que é ao lado de Luke que você deseja amanhecer.

Eu pisco e afasto-me.

Não é uma mentira, mas não acho que eu poderia colocar isso dessa maneira. Eu quero Luke, sim, e no entanto... não posso dizer que não quero Ashton.

— Não quero que seja assim, ou então vai se transformar numa briga. Precisa resolver antes de...

— DAWN! — a voz de Luke é urgente, do outro lado da porta de Ashton.