Capítulo 5

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Quando ficamos a sós, ela aponta uma cadeira pedindo para eu me sentar e faz o mesmo.

— Bom, eu já fiz tudo o que tinha que fazer por aqui, e tanto você quanto o Bernardo, e a Martha, entenderam que o que eu queria mesmo era conversar com você. — ela sorri e eu também dou risada. — Meu filho me ligou há alguns dias, e me contou que tinha conhecido uma moça muito interessante e que estava gostando dela. Depois desse telefonema, você foi apresentada como namorada dele as minhas outras filhas, meus genros e meu neto, no churrasco que teve na casa da Verônica.

Não estou entendendo aonde ela quer chegar.

— Sim, aquele dia foi incrível e eu adorei conhecer todos eles.

— Eles também adoraram te conhecer. Quando a Paula chegou em casa, a primeira coisa que ela me disse foi que nunca tinha visto o irmão tão feliz depois da separação. — se ela soubesse pelo que o filho passou, com certeza entenderia a tristeza dele. — Eu fiquei muito feliz ao escutar aquilo e na mesma hora quis te conhecer. Queria ver com os meus próprios olhos se o meu filho tinha escolhido a mulher certa dessa vez. — Será que ela sabe de alguma coisa? Estou começando a ficar nervosa. — O Bernardo nunca foi namorador, você deve saber que ele teve somente uma namorada antes dele se casar com a Vitória.

— Sim eu sei disso, ele me contou toda a história.

— Depois dela, ele se envolveu com a Vitória, o que eu adorei, porque eles eram inseparáveis quando eram menores e eu sempre torci para que os dois ficassem juntos. — ela suspira. — A separação deles pegou a todos de surpresa. Uma semana depois do aniversário de casamento deles, ele voltou para casa e disse para o pai e para mim, que tinha se separado. Espantada, perguntei o motivo e ele nos disse que o amor tinha acabado. Mas eu sei que isso é mentira.

Ai minha nossa senhora, estou começando a suar. Porque ela está me contando tudo isso? Ela tinha que ter essa conversa com ele e não comigo.

— Eu sei que tem mais coisa por trás dessa separação, mas por algum motivo, ele não quis nos contar e eu respeito essa decisão dele, embora eu queira muito saber o que realmente aconteceu.

Por favor, não me pergunte o que é. Eu odiaria ter que mentir.

Ela dá um pequeno sorriso e segura minhas mãos.

— Quando ele me ligou e falou de você, ele me disse que tinha se apaixonado primeiramente pelos seus olhos. Primeiro porque eles são lindos e segundo porque eles falavam por você, e agora eu pude comprovar isso. Você sabe que ele está me escondendo à verdade e foi o seus olhos que me disseram isso.

— Evy, me desculpe, mas eu não...

— Eu sei. Tenha calma minha querida, eu não vou te perguntar nada, até porque se tem alguém que tem que me contar o que realmente aconteceu, esse alguém é o Bernardo. Você o ama o suficiente para não triar a confiança dele, e eu gosto mais ainda de você por isso. — ela levanta e me puxa para um abraço.

Sinto um enorme alivio por ouvir isso.

— Eu vou esperar, quando ele estiver pronto, ele vai me contar, eu sei que esse dia vai chegar. — eu queria dizer que ela está enganada, e que ele não está escondendo nada, mas não consigo mentir. — Não sei nem porque entrei nesse assunto... Enfim, na verdade eu queria te agradecer por ter entrado na vida dele e por fazê-lo voltar a sorrir. Tenho certeza de que vocês serão muito felizes juntos. Eu vejo o quanto o ama e a maneira como olha para ele me diz isso. Eu sei que não vai machucá-lo. Obrigada por trazer o meu Bernardo de volta a vida. — os olhos dela se enchem de lágrimas.

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora