Capítulo 18

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Se tiver um anel dentro dessa caixa, não sei qual será minha reação. Estou tão nervosa que minhas mãos começam a tremer.

Não pode ser um anel. Não pode ser um anel. Não pode ser um anel. Penso enquanto olho para a caixinha, ainda dentro da sacola.

— Deixa eu te ajudar. — ele pega a sacola e tira a pequena caixa a colocando na palma de uma das minhas mãos. Eu ainda estou sem reação e permaneço olhando o objeto que estou segurando. — Você não vai abrir? — ele quer saber.

— Pelo amor de Deus abre logo isso cunhadinha. — Paula fala e Verônica a manda ficar quieta.

De repente a sala fica em silêncio, acho que só agora eles perceberam que estou segurando uma pequena caixa, que pode conter um anel dentro dela. Olho para o Bernardo, e ele me olha com expectativa. Prendo a respiração e seja o que Deus quiser. Ao abrir a caixa, solto um longo e sonoro suspiro ao ver que dentro tem somente um par de brincos.

É tão nítida minha reação que ele sorri. 

— Obrigada. — o abraço e beijo. — Eu adorei.

— Você tinha que ver sua cara agora. Tenho certeza que pensou que tinha um anel, não é? — concordo. — O anel eu vou dar depois.

— O que? — arregalo os olhos.

— É brincadeira. — ele começa a rir.

— Bobo. Obrigada, adorei mesmo. Eles são lindos.

Eles têm o formato do infinito, só que de pé, com uma pedra, que parece diamante, na ponta de baixo.

— Como assim eles são lindos? O que foi que ele te deu?

— Paula, larga de ser curiosa.

— Me deixa mãe.

— Eu ganhei brincos incríveis.

— Brincos? Brincos Bernardo? É serio? Eu não acredito nisso. Eu estava aqui em cólicas achando que íamos ter mais um casamento na família e você comprou brincos? E o pior de tudo é que a Sam gostou.

Ela fala como se isso fosse a pior coisa do mundo. Pode ser para ela, mas para mim não é. Eu amo o Bernardo demais, mas ainda não estou preparada para ganhar um anel.

— Paula eu amei os brincos, eles são lindos. Dá uma olhada. — com a cara emburrada ela chega perto de mim e quando vê os brincos, assobia.

— É não posso negar que eles são lindos mesmo. — ela olha para o irmão. — Você estava reclamando do valor do relógio que ela te deu, mas aposto que esses brincos também custaram uma fortuna.

Ela está certa. Com certeza eles não foram baratos.

— Eu não acredito nisso. Minha filha você fala demais, hoje tive a certeza que o Júnior puxou isso de você. Além de serem parecidos na falação, são idênticos também em fazer comentários impróprios em horas impróprias. — começamos a rir. — O que sua irmã disse a pouco, vale para os dois casos. Se eles acertaram no presente, o valor é o que menos vai importar. Vem cá Sam, me deixa ver se o meu filho tem bom gosto também para escolher presentes.

Vou até ela e a Beth e Verônica se juntam a nós.

— Eles são lindos mesmo.

— Assim que bati os olhos neles, achei que a Sam fosse gostar. — ele me abraça por trás.

— Qual é o material Bernardo?

— Meu Deus Paula, você não cansa? — a mãe a repreende mais uma vez e ela finge que não é com ela.

Caminhos Traçados 2ª EdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora